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sexta-feira, 2 de junho de 2017

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM PRESIDENTE MICHEL TEMER.

A revista IstoÉ, veiculou entrevista exclusiva com o presidente da República, Michel Temer. Nela, Temer dia duvidar ser relatado pelo ex-deputado Rocha Loures e que mostrará que a razão está do seu lado.
Eis na íntegra a entrevista:

Provarei que a razão está ao meu lado.
“Presidente, estamos gravando, ok?”. Em reação à primeira pergunta formulada pela reportagem de ISTOÉ na manhã de quinta-feira 1, no gabinete presidencial, o presidente da República, Michel Temer, respirou fundo, fitou os quatro gravadores ligados ao seu lado e sapecou: “Mas gravando às vistas, né? Não como o outro lá”. E riu. A brincadeira do peemedebista guarda relação, obviamente, com a gravação clandestina realizada pelo empresário Joesley Batista, da J&F, responsável por mergulhar o governo na mais aguda crise desde a posse. Escaldado, o presidente mandou instalar em seu gabinete aparelhos capazes de identificar grampos indesejados. “Se tivéssemos esse detector aqui hoje, teríamos que desligá-lo porque ele começa a apitar”. Na entrevista à ISTOÉ, Temer fez outras revelações. O presidente admitiu que poderá trocar o comando da Polícia Federal, mas garantiu que a Lava Jato não sofrerá interferências. Disse ter o direito de supor estar sendo vítima de um complô para derrubá-lo, mas afirmou ter o apoio do Congresso Nacional. Reconheceu que falhou ao receber pessoas fora da agenda, mas que não se arrepende de nada do que fez no exercício da Presidência. Sobre aquele que representa hoje a maior ameaça a ele, o ex-assessor Rocha Loures, flagrado com uma mala de R$ 500 mil, Temer demonstrou uma inquietante tranqüilidade. “Duvido que o Rocha Loures vá me denunciar”.

Por que o senhor quer ficar no cargo de presidente da República?
Em primeiro lugar, para defender-me no aspecto moral. Tenho extraordinário orgulho de exercer o cargo de presidente da República. Mas não é só por exercê-lo. É por exercê-lo transformando o Brasil. Em um ano, conseguimos fazer aquilo que vários governos anteriores não conseguiram. Quem tem interesse eleitoral não praticaria essas medidas. Por outro ângulo, eu tenho necessidade de revelar a minha moral hígida e intacta porque, convenhamos, esse noticiário todo preocupa as pessoas, amigos meus, gente que me conhece, família, não é? “Puxa, será que o Temer fez isso?”. Coloca em dúvida. Não quero que fique em dúvida. Por isso, o aspecto moral é que me mantém, é um dos meus principais suportes para me manter aqui. Por isso não renuncio. Vou aguardar com muita tranquilidade a decisão do processo eleitoral.

O que se comenta é que a Procuradoria-Geral da República deve denunciar o senhor…
Veja que coisa grave o que você está dizendo. O inquérito não tem absolutamente nada ainda. Não tem perícia, não tem interrogatório e você já sabe que ele vai denunciar.

Se a Procuradoria da República oferecer a denúncia, a Câmara precisa aprová-la por dois terços dos votos. Caso isso aconteça, o senhor ficaria até 180 dias afastado da Presidência.
É mais uma frente, mas vamos esperar que ela chegue, né? Não posso fazer nenhum comentário agora.

Se o senhor perder o apoio do PSDB e da base, mesmo assim, pretende ficar no cargo?
Vou esperar perder o apoio primeiro, né, para depois examinar. Não estou perdendo o apoio. O que eu vejo é muito achismo. E achismo no sentido de que o governo paralisou, o País não vai para frente. Meu Deus do céu, na semana seguinte, a Reforma Trabalhista foi lida, com todos aqueles acidentes, no Senado Federal. Foi discutida. Está tendo sequência. Na semana passada, houve um fato inusitado legislativamente. Foram aprovadas sete medidas provisórias. É interessante, o Brasil ganhou até mais agilidade.

Mas o PSDB, um aliado de peso, e alguns partidos do centrão, ameaçam, sim, sair. Isso não pode afetar a governabilidade?
O Congresso continua a legislar. Então vamos ver lá para frente. Por que é que eu vou dizer “ah, tenho que sair porque o Congresso está legislando demais, porque estou tomando muitas medidas administrativas”? Não tenho que me preocupar com o que vai acontecer no futuro. O futuro vai dizer.

Em que a situação da ex-presidente Dilma Rousseff, às vésperas do impeachment, difere da sua?
No impeachment da ex-presidente havia milhões de pessoas nas ruas. Esse é um ponto importante, não é? Segundo ponto: não havia mais apoio do Congresso Nacional. No meu caso, não. O Congresso está comigo. A oposição que se faz não é quanto ao conteúdo das reformas, mas uma oposição política. A situação é completamente diferente.
VEJA ENTREVISTA COMPLETA AQUI

Fonte: Caio Guatelli/IstoÉ



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