Em entrevista ao GLOBO, chefe do Conselho Nacional de Secretários de Saúde critica postura do ministro Marcelo Queiroga e faz apelo pela vacinação de crianças em tempos de Ômicron
A vacinação de crianças contra Covid-19 pode ser um dos principais fatores para conter a disseminação da Ômicron no Brasil e peça-chave para possibilitar a realização de grandes eventos, como o carnaval. As opiniões são do presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula. Em entrevista ao GLOBO, o gestor critica a postura do Ministério da Saúde, que classifica como “papagaio de pirata do presidente” na abordagem da pandemia, e defende cautela em relação às festividades de fim de ano.
Para ele, ainda há um fantasma de nova onda da doença e o cenário para 2022 é temerário. Lula destaca a importância de aumentar os índices de vacinação para continuar contendo o vírus e diz que o ministro Marcelo Queiroga “se fechou” e não dialoga com pessoas de opiniões divergentes.
Como você avalia a gestão do ministério atualmente? Há diálogo com a pasta?
Tenho de agradecer muito aos servidores de carreira do Ministério da Saúde, sobretudo o secretário executivo, Rodrigo Cruz, uma pessoa cordata, correta, que com todas as dificuldades permite que a gente tenha ainda a relação com a pasta. Mas os últimos três anos do ministério são para se esquecer, não deixarão saudade. O ministro Queiroga mudou muito. Não sei se o Queiroga de meses atrás reconhece o Queiroga de hoje, não sei se ele sequer acreditaria no que o Queiroga de dezembro de 2021 fala. Ele foi o ministro que conseguiu ter pouco diálogo com as instituições. Não é afeito a divergências e se fechou. A gente não consegue mais sequer conversar com ele. Isso revela muito sobre a concepção dele de mundo, autoritária e elitista. Política não se faz dessa forma.
Fonte: O Globo
Foto: Carlos Lula
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