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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

EM PAU DOS FERROS, O "MOBRALISTA" PRECONCEITUOSO.

Divido em duas a minha opinião sobre o professor federal usuário da rede social Facebook para humilhar a cidade e o povo de Pau dos Ferros, a 420 quilômetros de Natal, causando tremores nos turbulentos e assustadores canais de convivência na internet.

Parte um, causa própria:
O professor apartado de qualquer relacionamento com o português simplório , dá aulas no IFRN, uma escola que frequentei há 25 anos e aprendi com mestres verdadeiros.
Era a velha ETFRN, rebeldia democrática estudantil da Nova República, estabelecida pela vitória do presidente que não foi, Tancredo Neves.
Foram tempos e jovens tardes inesquecíveis. Nossos professores eram tão bons ou melhores que os de colégios particulares e universidades.
Tenho orgulho. Usei a bata azul da ETFRN derretida em sabão para escapar de trotes na condição de calouro. Do curso de Estradas.
Na ETFRN, votei pela primeira vez. Ajudei a eleger Tia Luzia diretora em 1986. Havia campanha com respeito e sem assédio perverso e ideológico a aluno.
Tia Luzia fez uma administração exemplar. Era um Monsenhor Walfredo Gurgel de saia, compostura e autoridade. O autoritarismo jogado no entulho.
Fui aluno ativo em timidez, dedicado ao esporte e sem pendões acadêmicos. Dormia horas ao vento do campo de futebol. O que eu devia, pagava em notas.
Experimentava a timidez de namoricos e paixões não correspondidas, usava sapatilhas de pano e a moda era pisá-las como sandálias. Chulé fedorento. Derrubaria terroristas munidos de fuzis AK-47.
O brilhantismo da ETFRN trazia alunos excelentes do interior. Os seridoenses, em especial, de Parelhas e Florânia, dividiam a sabedoria soberana.
Introspectivos, retraídos, de barbicha, extrapolavam nas notas e na imitação hoje cômica da esquerdopatia teórico-ensovacada.
Éramos fortes nos Jogos Escolares até chegar às decisões. A palavra Marista fazia tremer os colhões dos mais machos de UFC se existisse.
A ETFRN parecia o Vasco vice. Mas nada abalava nosso orgulho, filhos todos da classe média ou remediada, o pobre com um Fusca melhorzinho na garagem. São minhas lembranças de aluno.

Parte dois, a escória:
As redes sociais explodem exibindo postagens de um “professor” denegrindo Pau dos Ferros, cidade que é minha segunda casa há 26 anos. É terra de minha mulher.
Sou adotivo do triângulo fechado por Encanto e Rafael Fernandes. Chão seco que é sangue do meu filho. Dos amigos de fé solidários. O beócito analfabeto, disse que é obrigado a “vim” a Pau dos Ferros, “cabaré”onde onde o povo, segundo seu caráter insano, merece tomar água de lama.
Como alguém que troca vir por “vim” pode ser professor? Tratá-lo como anarquista ou imbecil é estimular a sanha de outros irracionais. Ele é uma anomalia, mesmo.
É tenebrosa, sim, a situação. A água de Pau dos Ferros é amarela e cheira mal. A barragem que abastece o Alto Oeste está seca. São apenas 7% de lamaçal reservado ao abastecimento.
Pau dos Ferros não gritou nem exigiu solução. Pau dos Ferros é refém da política de Fla x Flu. Já deveria ter marchado pela água de verdade. Pressionado. Se unido. Se houvesse campanha eleitoral amanhã, bandeiras verdes e vermelhas encheriam as casas. Sem água na descarga.
Quem não tem piscina, banha-se de água mineral. O pobre, esse entra e sai amarelo do chuveiro. Culpa do poder público. Ninguém duvida. A inércia pacata do povo, estimula o desprezo.
A dor é solidária ou deveria ser. Pau dos Ferros está moderna, cheia de universidades seguindo a política marqueteira educacional de inaugurar campus e selecionar concursados sem saber se têm competência e postura.
É o caso do sujeito que humilhou um povo inteiro. Dignidade ele tivesse, pediria demissão. De um cargo para o qual demonstra ser inapto. É provocador, jamais educador.
O idiota que gerou pandemônio secular, não é digno da escola onde estudei, nem dos meus dedicados professores. Menos ainda de tripudiar sobre o sofrimento da população de mais de 20 cidades.
Bom pra ele seria um banho barrento em curral. Três em ponto. De paletó. Preto. Ao pé de uma cerca vendo urubus sobrevoando carniças. Pobres esmolando feijão. Eu, sendo ele, já teria ido embora. Dizem que é brabo. Escolheu mal o ringue.
Pau dos Ferros, resistente, deve entregá-lo, dentro de feixes catingueiros, o título inédito de obtuso non grato. E eu pergunto: quem deixou esse rapaz ser professor de segregação, matéria nociva dos presunçosos? Um sujeito que escreve como analfabeto tem é de voltar ao primário.

Na despedida, por piedade e sarcasmo, entreguem a ele uma gramática. É, além de todas as aberrações preconceituosas, homicida do idioma, no acúmulo da completa deformação exibida. Viva Pau dos Ferros. E seu povo simples, guerreiro e indignado.

Fonte: Rubens Lemos/http://blogs.portalnoar.com/

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