“É o Estado que não está dando condições para o sistema funcionar”. Dessa vez, quem fala é o juiz de Execuções Penais e corregedor de Alcaçuz, Henrique Baltazar dos Santos.
Em entrevista à jornalista Maiara Felipe de O Poti/Diário de Natal, ele deixa claro falta investimentos no sistema penitenciário, mas a corrupção e a falta de pulso do Governo do Estado concorrem decisivamente para esse quadro.
O secretário estadual de Justiça e Cidadania (SEJUC), Fábio Hollanda, chegou a afirmar – logo após a fuga de 41 presos e mudanças de comando no sistema prisional de Alcaçuz -, que os “inimigos foram vencidos”. Garantiu que tomara as rédeas da penitenciária. Balela. Poucos dias depois fugiram mais seis detentos.
- Falei duas vezes com o doutor Fábio Hollanda. Ele primeiro precisa conhecer o sistema. A avaliação inicial de que existia um inimigo está incorreta (…). O que eu acompanhei durante muito anos, é uma luta intensa de quem está na Coap (Coordenadoria de Administração Penitenciária) junta a Sejuc para conseguir recursos que não vêm. Eu vi durante meses os diretores dos presídios tentando conseguir, por exemplo, cadeados. Isso é uma coisa que precisa se comprada em quantidades enormes, – afirma Henrique Baltazar.
Em sua ótica, falta comando – o mínimo de ordem e gestão no Governo do Estado, para minimizar o caos:
- É o Estado que não está dando condições para o sistema funcionar. O ex-secretário Thiago Cortez me reclamava sempre que dava determinações aos setores da Sejuc, como por exemplo, a engenharia, para fazer um projeto, e o sistema (servidores) não obedecia. É um problema de gestão.
E sequencia: “O Estado não consegue mandar nos seus funcionários. Alcaçuz é um exemplo. Para mim, tem um problema grave na região, alguma bactéria. Os policiais frequentemente faltam o trabalho porque estão de licença médica. Antes quando existia uma gratificação para os policiais que trabalhavam em Alcaçuz ninguém ficava doente, agora fica todo mundo. Parece que a falta desse pagamento está importando em uma bactéria qualquer que está atacando os policiais.”
Nota do Blog – A “bactéria” está em todos os setores da gestão estadual, até porque a prioridade é arrancar migalhas dos servidores mais humildes, para manutenção de privilégios – como supersalários e outras vantagens – a uma casta chapa-branca intocável.
O caos vai continuar e deve piorar. Só haverá mudança com alteração de mentalidade e métodos.
Fonte: Carlos Santos
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