O ministro Antonio Palocci (Casa Civil) entregou na tarde desta terça-feira carta à presidente Dilma Rousseff solicitando o seu afastamento do governo federal, conforme anteciparam Vera Magalhães e Julio Wiziack.
"O ministro considera que a robusta manifestação do Procurador Geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta. Considera, entretanto, que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento", diz nota do ministério.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), 45, vai substituir Palocci na Casa Civil. Mulher do ministro Paulo Bernardo (Comunicações) e eleita para o Senado pela primeira vez no ano passado, ela aceitou o convite do governo.
A crise que levou à saída de Palocci teve início no dia 15 de maio, após a Folha revelar que o ministro multiplicou seu patrimônio por 20 entre 2006 e 2010.
A Projeto, empresa aberta por ele em 2006 --quando o ministro afirmou ter patrimônio de R$ 356 mil-- comprou, em 2009 e 2010, imóveis em região nobre de São Paulo no valor total de R$ 7,5 milhões.
PROCURADORIA
Ontem, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu arquivar todas as representações que pediam abertura de inquérito contra Palocci relacionadas ao fato de seu patrimônio ter aumentado pelo menos 20 vezes de 2006 para 2010.
Ele entendeu que não existem indícios concretos da prática de crime nem justa causa para investigar o caso.
Em um documento de 37 páginas, Gurgel afirmou que a legislação penal "não tipifica como crime a incompatibilidade entre o patrimônio e a renda declarada".
Segundo o procurador, os partidos de oposição que propuseram as representações não apresentaram documentos que demonstrem a prática de crime.
Fonte: Folha.com
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