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segunda-feira, 28 de agosto de 2023

VOTO DE ZANIN NO MARCO TEMPORAL VIRA PREOCUPAÇÃO NO GOVERNO

Lula faz oposição tímida ao projeto no Congresso, mas espera que STF decida por rejeitar tese.

O Supremo Tribunal Federal (STF) volta a julgar a tese do Marco Temporal das terras indígenas na próxima quarta-feira (30/08). Integrantes do governo temem que o voto do mais novo dos ministros da Corte, Cristiano Zanin, siga a mesma tendência da última semana, quando o indicado de Lula (PT) foi mais “conservador” do que “progressista”.

Uma ala petista diz que Zanin está decepcionando com sua postura. Em menos de um mês como ministro, o ex-advogado do presidente:

* Votou para derrubar impedimento de juiz que julga parte cujo escritório tem parente;

* Foi o único contra injúria à população LGBTQIA+; 

* Não reconheceu insignificância num furto de R$ 100;

* Foi contra a descriminalização da maconha;

* Votou por tornar GCM em Polícia Municipal e;

* Votou contra o reconhecimento de violações de direitos de indígenas.

Este último ponto é visto como uma antecipação do voto do ministro no caso do Marco Temporal.

Há uma ala do PT que ainda confia em Zanin. Deputados da base dizem que o ministro está votando estrategicamente de forma conservadora em pautas já decididas no STF. Um voto contrário em um tema que já possui maioria, segundo esses deputados, é mostrar à oposição que Zanin não será o “advogado de Lula” no STF. “8×3 ou 9×2 é a mesma coisa”, dizem.

O voto de Zanin é imprevisível. Não há um congressista ou integrante do governo que aposte qual lado o ministro vai tomar no julgamento que pode impactar 303 terras indígenas, que somam 11 milhões de hectares e onde vivem cerca de 197 mil pessoas.

Fonte: Vinícius Nunes/Metropóles

Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles 

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