A mãe do menino que foi amarrado junto a uma viga de madeira, como foi possível ver em uma das fotos da escola particular Pequiá, na zona sul de São Paulo, disse que o seu filho iniciou tratamento psicológico após o episódio. A Justiça decretou ontem a prisão temporária dos donos da instituição de ensino pelo crime de tortura, e eles já são considerados foragidos pela polícia.
"Senti dor, porque não pude estar por perto para protegê-lo", disse a dona de casa F. S., 34, sobre sua reação ao ver a foto do filho, que teria sido amarrado com as mangas do próprio uniforme por cerca de uma hora.
A imagem foi registrada em setembro de 2022 pela mesma professora que denunciou o caso à Polícia Civil. Mas só foi encaminhada às autoridades no dia 15 deste mês com outras fotos e vídeos de maus-tratos. Foi quando a mãe declarou ter tido conhecimento sobre o episódio.
A mãe do menino disse ter sofrido um impacto maior ao ver a imagem original, já que nas primeiras fotos a criança, que tinha 6 anos na época, aparecia com o rosto desfocado.
"Foi quando pude ver o semblante dele, enquanto estava amarrado daquele jeito, como se estivesse usando uma camisa de força."
F. S., mãe do menino que foi amarrado em escola particular (o nome não será revelado para preservar a criança)
Mesmo sem saber dos maus-tratos, a mãe do menino disse que ele passou a ter acompanhamento psicológico após o episódio. Em uma outra escola desde o começo deste ano, ele passou a apresentar outro tipo de comportamento.
"Ele ficou agressivo com os coleguinhas e passou a desrespeitar os professores, como se esperasse ter algum tipo de punição. Eu paguei mensalidade em uma escola para que o meu filho fosse torturado. Ele passou por algo que vai ficar marcado para sempre na vida dele", disse a mãe.
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Fonte: Herculano Barreto Filho/UOL
Foto: Reprodução
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