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terça-feira, 23 de maio de 2023

SUSPEITO DE AMEAÇA TELEFÔNICA, EDUARDO APPIO É AFASTADO DO COMANDO DA LAVA JATO

Magistrado é considerado suspeito de ter efetuado chamada telefônica anônima ao advogado João Malucelli, filho do desembargador Marcelo Malucelli, que reviu decisão sobre revogação da prisão do doleiro Rodrigo Tacla Duran.

O Tribunal Regional da 4a Região (TRF-4) acaba de afastar preventivamente o juiz Eduardo Appio do comando da 13ª Vara Federal no Paraná, que tem jurisdição sobre os processos da Lava Jato. O magistrado é considerado suspeito de ter efetuado chamada telefônica anônima, com suposta ameaça, ao advogado João Malucelli, filho do desembargador Marcelo Malucelli, que reviu decisão de Appio sobre revogação da prisão do doleiro Rodrigo Tacla Duran. A ligação, registrada em boletim de ocorrência, foi revelada em abril pela Jovem Pan News. Na decisão, comunicada ao Conselho Nacional de Justiça, o tribunal também determina o bloqueio do acesso do magistrado “às dependências e prédios da Justiça Federal e de acesso eletrônico a sistemas da Justiça Federal”, a apreensão de seu computador funcional e a abertura de processo administrativo disciplinar. Hoje mais cedo, em entrevista a uma emissora de TV, Appio confirmou que usava o login LUL22 para acessar o sistema interno da Justiça Federal.

Como a reportagem da Jovem Pan News mostrou, o filho do desembargador Malucelli registrou boletim de ocorrência em que afirmava ter recebido uma ligação, em tom de ameaça, um dia depois da decisão de seu pai que acolheu pedido do MPF contra Tacla Duran. No BO, ele relatou que uma pessoa identificada como “Fernando Pinheiro Gonçalves, do Setor de Saúde da Justiça Federal”, iniciou a chamada dizendo estar a procura do desembargador para tratar de “coisas antigas” supostamente relacionadas a créditos de imposto de renda. Ao explicar que o telefone não pertencia a seu pai, o interlocutor começou a fazer questionamentos aleatórios, mostrando que possuía vários dados pessoais seus. “No final da conversa, Fernando disse: ‘E o senhor tem certeza de que não tem aprontado nada?’ com tom ameaçador”, relatou o advogado. Em seguida, o interlocutor desligou. A chamada partiu de um número sem identificador, mas foi gravada por João Eduardo, que também protocolou a transcrição da conversa de pouco mais de 3 minutos.

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Fonte: Claudio Dantas/Jovem Pan

Foto: Divulgação/Justiça Federal

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