Ele conta que o incêndio não foi intencional e teve origem na queda de um fio de alta tensão sobre o pasto.
A imagem de um bombeiro dando água a um tatu que havia fugido de um incêndio no estado do Mato Grosso se transformou em um dos símbolos das queimadas que afetam a Amazônia.
Até a quarta-feira (21), o Brasil já havia registrado 74.100 focos de incêndio apenas neste ano, um aumento de 84% em relação aos 40.100 focos de incêndios de 2018.
Mas os bastidores da foto, registrada entre os municípios de Nova Mutum e São José do Rio Claro, a 230 quilômetros de Cuiabá, contam uma história diferente.
Segundo conta à BBC News Brasil o sargento Pedro Ribas Alves, que teve a ideia de dar água ao animal e aparece no registro, a imagem que viralizou por todo o país foi politizada e tirada de contexto.
"Sou eleitor de Bolsonaro. Fiquei um pouco chateado porque a foto vem sendo usada para denegrir o presidente. Essa nunca foi minha intenção e não tirei essa foto para aparecer. A imagem foi tirada de contexto. Aquele incêndio não foi criminoso, não tinha nada a ver com desmatamento ilegal ou com a Amazônia. Aqui é Cerrado", diz ele, que faz perícia de incêndios florestais.
Ribas conta que o incêndio não foi intencional e teve origem na queda de um fio de alta tensão sobre o pasto. As chamas devastaram 772 hectares de uma propriedade "já usada para a criação de gado".
"Fomos até lá justamente para investigar a origem desse incêndio. Quando estávamos retornando, vimos este tatu. Paramos para ver se ele queria água e ele não ofereceu resistência, porque estava bem fraco", conta.
"Foi quando peguei um copo de água e ele foi tomando. Perdeu totalmente o instinto selvagem. Queria sobreviver a todo custo", acrescenta.
FOTO NO WHATSAPP
Ribas conta que seu chefe enviou a foto para o grupo de WhatsApp da família dele, que mora no Piauí. Logo em seguida, a imagem rapidamente se espalhou nas redes sociais.
"Um amigo do Paraná me mandou uma mensagem me perguntando se era eu na foto", explica.
"Fiquei grato de poder contribuir. Sempre trabalhei em defesa dos animais", completa.
Questionado pela BBC News Brasil sobre o que pensa da política ambiental do governo Bolsonaro, Ribas se mantém fiel ao presidente.
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Fonte: Luis Barrucho/Época
Foto: Arquivo Pessoal
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