Em entrevista, procurador da Lava Jato diz ser vítima de "maldade" e "veneno".
Em uma das mais entrevistas mais detalhadas que concedeu desde o início da série de reportagens que expõe suspostos diálogos entre membros da Lava Jato — incluindo o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro — em mensagens de celular, o procurador-chefe da operação, Deltan Dallagnol , se diz vítima de "maldade" e "veneno".
Mas, diante das acusações de insensibilidade e frieza de procuradores da força-tarefa — como Januário Paludo, que teria dito que "o safado só queria passear" quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para ir ao enterro do irmão morto por um câncer, e Laura Tessler, que pediu "dose extra de paciência para a sessão de vitimização" quando a ex-primeira-dama Marisa Letícia sofreu um AVC —, Dallagnol relativiza.
"As pessoas têm que entender que essas conversas são conversas que você teria na mesa de casa com a família, são pessoas que estão trabalhando há cinco anos juntas, são amigas. São conversas que você tem com o círculo de intimidade, conversas que você fica à vontade para falar até alguma besteira, uma bobagem, para ser até certo modo irresponsável", disse o procurador-chefe da Lava Jato em entrevista exclusiva à BBC News Brasil.
Em mais de uma hora de entrevista, ao mesmo tempo que reconhece a veracidade de alguns vazamentos publicados pelo site The Intercept Brasil ("A gente foi hackeado, eles têm mensagens verdadeiras. Eu não posso atestar que tudo lá seja verdade, mas existem coisas lá que a gente lembra"), Deltan critica a falta de contexto que enxerga nas mensagens. ("Existe aí um foco em tentar sempre mostrar aquilo que pode gerar uma polêmica").
Na quinta-feira, uma entrevista dada pelo procurador à BBC News Brasil em abril de 2017 ( Lava Jato: 'Não temos instrumento eficiente para identificar vazamentos', diz Dallagnol ) foi citada pelo Intercept em reportagem sobre mensagens que mostrariam que procuradores "vazaram" informações à imprensa com o intuito de estimular delações premiadas. No texto do site, o procurador Carlos Fernando Santos Lima diria: "Meus vazamentos objetivam sempre fazer com que pensem que as investigações são inevitáveis e incentivar a colaboração".
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Fonte: Ricardo Senra/Época
Foto: Fábio Rodrigues Pozzemom/Agência Brasil
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