Nas pegadas da divulgação de mensagens em que procuradores da Lava Jato mencionam a hipótese de acionar investigadores na Suíça para rastrear ilegalmente dados a seu respeito, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, declarou ao blog: "Nesse momento, já se pode fazer perícia" para atestar a autenticidade dos diálogos extraídos por criminosos dos celulares de autoridades.
Referindo-se aos membros da força-tarefa de Curitiba como "delinquentes", Gilmar afirmou que, "em tese", o próprio Supremo pode determinar a realização de perícia. Realçou que há na Corte duas cópias do material apreendido pela Polícia Federal no âmbito do inquérito sobre a ação dos hackers. Mencionou a possibilidade de ocorrer uma terceira requisição.
A primeira cópia foi solicitada à Justiça Federal pelo ministro Luiz Fux a pedido do PDT, que recorreu ao Supremo para afastar o risco de destruição das mensagens. A segunda foi requerida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator de inquérito secreto aberto no Supremo em março, a pretexto de apurar ataques à Corte e aos seus membros. Segundo Gilmar, o colega Ricardo Lewandowski deve requisitar outra cópia, para anexar em processo que está sob sua relatoria.
Desde logo, Gilmar revela sua crença na autenticidade das mensagens atribuídas ao ex-juiz Sergio Moro e aos procuradores de Curitiba —entre eles o coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol. Eles se comunicavam por intermédio do aplicativo Telegram. Entre as mensagens vazadas há um áudio de Deltan. "Se tiver mensagem sonora, eles podem até se submeter a um teste de voz. É uma grande chance para desmentir, para dizer que não são eles", ironizou o magistrado.
Gilmar realça que Sergio Moro e os procuradores "nunca negaram a origem e a existência das mensagens." Apenas "dizem que não reconhecem" a integralidade do material. Para o ministro, entretanto, os indícios de autenticidade das conversas são eloquentes: "Há um contexto fático, há todo um encadeamento em termos de datas. Está cada vez mais difícil de negar a autenticidade".
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Fonte: Josias de Souza/UOL
Foto: Sérgio Lima/Folha


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