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domingo, 18 de dezembro de 2022

O DESERTO CULTURAL

Jair Bolsonaro, ao entregar a cultura a um incompetente com objetivos mesquinhos, colaborou com a própria queda.

Mário Frias chegou ao cargo de Secretário Especial da Cultura no vácuo deixado por Regina Duarte, que não conseguiu se firmar no posto. Nunca se ouviu falar do ex-ator de Malhação em qualquer movimento da direita, ou mesmo entre os apoiadores da campanha de Bolsonaro em 2018. O primeiro contato que ele teve com o governo foi ainda na gestão de Roberto Alvim.

Ele chegou a ir ao gabinete de Alvim, então Secretário de Cultura, em busca de patrocínio para um programa de TV. Foi também ao gabinete do então ministro da Educação, Abraham Weintraub. Não conseguiu, mas viu ali uma oportunidade: com a queda de Alvim e a ascensão de Regina Duarte, a militância mais aguerrida das redes ficou órfã. Frias, em suas redes sociais, passou a atuar em defesa do presidente, coisa que não fazia antes de ter em vista tal cargo, que é bem remunerado. Era exatamente isso que o presidente sentia que faltava em Regina Duarte: a defesa das suas pautas. A primeira postagem no Instagram de Frias em defesa do governo Bolsonaro foi em 15 de março de 2020, já pensando na possibilidade de virar secretário.

Uma vez secretário, logo foi apadrinhado por Eduardo Bolsonaro, mas, nas redes, pouco falava de cultura, agindo como assessor de comunicação do governo. Logo, porém, foi aprendendo as palavras-chave que mobilizam as redes sociais na direita. A principal delas: Lei Rouanet.

Quando a oposição ao PT foi tomando as redes sociais após a segunda eleição de Dilma, buscou-se entender porque a classe artística apoiava tão fortemente o partido. Os números mais vistosos que se puderam encontrar foram os da Lei Rouanet: muitos projetos aprovados estavam na casa dos milhões. Mas ignoravam uma série de fatores: projeto aprovado não significa dinheiro captado. Na verdade, muitos projetos não conseguem captar nem um centavo. E mais: a esquerda nunca apreciou a Lei Rouanet. Opôs-se a ela quando criada (dizia que representava a privatização da cultura). No governo Lula, tentaram mudá-la para julgar o mérito artístico dos projetos – o que a destruiria em sua essência. E o mais importante: a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual, exatamente por não julgarem o conteúdo dos projetos, possibilitaram que a oposição ao PT as utilizasse. Filmes de Danilo Gentili, Polícia Federal – a lei é para todos e O Plano Real – o plano por trás da história, foram aprovados ainda no governo Dilma.

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Fonte: Josias Teófilo/O Antagonista

Foto: Reprodução Instagram

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