Bolsonaro disse que não conversará com o presidente do órgão, Ricardo Galvão. De acordo com o chefe do Executivo, a questão será tratada pelos ministros Marcos Pontes (Ciência) e Ricardo Salles (Meio Ambientes), que esteve no Palácio da Alvorada na tarde deste domingo.
Na 6ª feira (19.jul), Bolsonaro questionou os dados sobre desmatamento e disse suspeitar que o diretor do órgão está “agindo a serviço de uma ONG”. Para ele, “não é justo que um brasileiro faça uma campanha contra o país”.
“No mínimo, se o dado for alarmante, ele [Ricardo Galvão] deveria, em tom de responsabilidade, respeito e patriotismo procurar o chefe imediato, no caso o ministro e dizer: olha ministro, temos uns dados aqui, vamos divulgar, devemos divulgar, o senhor se prepare. Assim que deve ser feito e não de forma rasa como ele faz, que coloca o Brasil em situação complicada”, disse.
Os dados preliminares de satélites do Inpe mostram que mais de 1.000 km² de floresta amazônica foram derrubados na 1ª quinzena deste mês, aumento de 68% em relação a julho de 2018.
REAÇÃO
À TV Globo, Galvão falou que ficou “surpreso” e “espantado” com as declarações do presidente. “Ao fazer acusações sobre os dados do Inpe, na verdade, ele faz em duas partes. Na primeira, ele me acusa de estar a serviço de uma ONG internacional. Ele já disse que os dados do Inpe não estavam corretos segundo a avaliação dele, como se ele tivesse qualidade ou qualificação de fazer análise de dados”, disse.
Galvão falou ainda que os dados sobre desmatamento da Amazônia feitos pelo Inpe começaram a ser coletados em meados da década de 1970. “Temos a maior série histórica de dados de desmatamento de florestas tropicais respeitada mundialmente”. Durante a entrevista, o diretor afirmou que não irá pedir demissão do cargo.
Fonte: Poder 360
Foto: Cláudio Santos/Agência Pará
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