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domingo, 21 de julho de 2019

RÉU POR HOMICÍDIO NA QUEDA DA CICLOVIA TIM MAIA É NOMEADO CHEFE DA GEO-RIO.

Ernesto Ferreira Mejido é o novo chefe da fundação que cuida de encostas como a da Av. Niemeyer, paralela ao local do acidente. Mejido também responde a sindicância no Crea-RJ.

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), nomeou Ernesto Ferreira Mejido para a presidência da Fundação Instituto de Geotécnica (Geo-Rio). Mejido é réu desde julho de 2016 pela queda da ciclovia Tim Maia, que ligava os bairros do Leblon e São Conrado, na Zona Sul carioca.
Ele fazia parte da comissão de vistoria da obra e é engenheiro de carreira da Geo-Rio. No Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), é alvo de uma sindicância que pode culminar com a anulação do registro profissional.
O acidente aconteceu dois meses antes da denúncia, em maio daquele ano, quando uma onda atingiu a faixa de ciclistas e a derrubou. Duas pessoas morreram. O Ministério Público denunciou 14 pessoas ligadas à obra por homicídio culposo — quando não há intenção de matar.
Até agora, não houve julgamento. A última audiência do processo ocorreu em maio.
O G1 tentou contato com a Geo-Rio e com o advogado Fernando Maximo de Almeida Pizarro Drummond, que o defende no processo no Tribunal de Justiça, mas ainda não obteve resposta.
Juiz citou ressaca
Há três anos, a denúncia foi aceita pelo juiz Marcelo Oliveira da Silva. Na ocasião, ele lembrou que os denunciados deveriam ter considerado, na elaboração e no acompanhamento do projeto, a possibilidade de ressaca.
"Os denunciados tiveram algum tipo de atuação na referida obra, seja na confecção do projeto básico, seja na confecção do projeto executivo ou na fiscalização da obra, cuja atuação ou omissão representariam a inobservância do cuidado objetivo manifestada através da imprudência, negligencia ou imperícia".
Em março do ano passado, outro réu no caso da queda da ciclovia Tim Maia foi nomeado para a presidência de um órgão do primeiro escalão da prefeitura. O engenheiro civil Fabio Lessa Rigueira é, até agora, o chefe da RioUrbe.
Ele era diretor da Geo-Rio quando a ciclovia caiu. A empresa agora chefiada por ele é responsável por realizar obras de creches e de postos de saúde, entre outras.
MP pediu afastamento das funções
Na época da denúncia, os procuradores chegaram a pedir a suspensão das funções de Mejido, Rigueira e outros quatro réus. O magistrado recusou o pedido.
"Não há nos autos nenhum indício robusto de que a manutenção da atividade profissional dos acusados coloque em risco a ordem pública", opinou o juiz.
Mais de um ano depois, em setembro de 2017, os réus pediram a absolvição sumária. O caso já havia mudado de mãos, e o juiz Alberto Salomão Junior negou.
A Geo-Rio é o órgão da Prefeitura responsável pela contenção de encostas e, segundo o site da administração municipal, nasceu depois dos "graves eventos chuvosos que castigaram o Rio de Janeiro em 1966", há mais de 50 anos.
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Fonte: Gabriel Barreira e Diogo Dias - TV Globo/G1
Foto: Christophe Simon/AFP

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