Telejornais da mídia corporativa simplesmente omitiram ou relegaram à categoria de “fatos diversos” a notícia mais relevante da última quinta-feira. Uma notícia que à opinião pública avaliar o atual estágio de crise social e econômica: diante do ministro de Minas e Energia e do governador do Estado, um empresário se matou com um tiro na boca em Simpósio do setor em Sergipe. Ato extremo diante da insolvência da sua empresa diante das dívidas do fornecimento de gás natural. Com os terremotos semanais da Vaza Jato, a grande mídia cruzou as fronteiras que separam o jornalismo da propaganda – passou a omitir tudo que, ou esteja fora do script da guerra semiótica criptografada (a usina produtora de crises Bolsonaro/Mídia e geradora de notícias dissonantes), ou que contradiga a atual estratégia de enaltecimento moral do empreendedorismo na massa de desempregados e desalentados: a fé de que é possível a força de trabalho se transmutar em capital com “otimismo”, “determinação” e superação”.
Todos sabemos que as manipulações midiáticas não se limitam apenas ao viés (ou “frame”) pelo qual é mostrada uma notícia, ou pelas peripécias na ilha de edição ao pinçar aquilo que é mais conveniente ao script elaborado pelos dos aquários das redações.
Também, a manipulação ocorre naquilo que não é mostrado, colocado fora da pauta ou, no mínimo, fora da escalada pela qual começa todo telejornal. Tendemos a considerar aquilo que é mais importante pelo destaque que é dado ao telejornal. O que não for pautado, ou não existiu ou é considerado menos relevante.
A omissão, nos principais telejornais de rede da grande mídia, do suicídio do empresário de Sergipe no setor de cerâmica, Sadi Gitz, ocorrido nessa quinta-feira, é um desses casos para deixar uma pulga atrás da orelha. Jornal Nacional da Globo, SBT Brasil e Jornal da Record, Globo News e Record News simplesmente omitiram, ou deixaram em segundo plano como uma tragédia de ordem pessoal.
Gitz era dono da indústria de cerâmica Escurial, um dos líderes empresarias do Estado que enfrentava dificuldades e atualmente estava em recuperação judicial pelas dívidas resultantes pelo alto preço no fornecimento de Gás natural.
Qual a relevância desse fato? Ele participava na manhã de quinta do “Simpósio de Oportunidades – Novo Cenário do Gás Natural de Sergipe”. Diante do governador do Estado e do Ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque. Antes dar um tiro na sua própria boca, chamou o governador de “mentiroso”.
Fonte: Wilson Roberto Vieira Ferreira/Jornal GGN
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