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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

PRESO EM 2008 POR TORTURAR JORNALISTAS, MILICIANO SE PASSA POR POLICIAL PARA PRATICAR EXTORSÃO E É NOVAMENTE DELITO.

Agentes da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) prenderam, na manhã desta segunda-feira, na Baixada Fluminense, um homem que se passava por policial civil para extorquir comerciantes. Davi Liberato de Araújo, de 42 anos, estava em liberdade condicional após ser preso, em 2008, pela tortura de uma equipe de reportagem do jornal "O Dia" na favela do Batan, em Realengo, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, o miliciano foi apontado como o segundo homem na hierarquia do grupo paramilitar que agia na comunidade. Contra Davi, havia dois mandados de prisão pendentes.
O miliciano foi preso na Praia de Mauá, em Magé. Com ele, foram apreendidos camisas, carteiras e um distintivo da corporação, além de mandados de busca e apreensão falsos que eram usados durante as extorsões. De acordo com investigadores, Davi se passava por agente da Dcod e de outras delegacias especializadas para a prática dos crimes.
Os mandados de busca e apreensão falsos possuíam a mesma data e os mesmos números de processo. Apenas o nome do denunciado e o local da diligência eram alterados para se adaptar às vítimas das extorsões. No momento da prisão, policiais também apreenderam um veículo roubado que era usado como viatura descaracterizada durante os atos criminosos.
Na semana passada, imagens de Davi trajando camisa da Polícia Civil circularam nas redes sociais, o que motivou o início de uma investigação por parte da Dcod.
Tortura de jornalistas
No dia 14 de maio de 2008, uma equipe do jornal "O Dia" que fazia uma reportagem sobre a ação das milícias na favela do Batan foi capturada por homens encapuzados e armados. Uma repórter, um fotógrafo e um motorista foram levados para um cativeiro, onde foram submetidos a socos, pontapés, choques elétricos e sufocamento com saco plástico. Eles foram soltos mais de sete horas depois, sob a condição de não denunciarem os agressores.
O inspetor da Polícia Civil Odinei Fernando da Silva, que na época estava lotado na delegacia da Penha, foi apontado como o chefe da milícia que sequestrou e torturou os jornalistas. Davi Liberato de Araújo, com 32 anos à época, foi apontado como o segundo na hierarquia do bando. Os dois foram reconhecidos pelas vítimas através de fotografias.
Quando foi preso, em 2008, Davi já cumpria pena por roubo e receptação, e estava em regime semi-aberto no presídio Plácido de Sá Carvalho, em Bangu.

Fonte: Pedro Zuazo/Extra
Foto: Reprodução

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