Dono da Riachuelo diz que o imposto para milionários não funcionou na França e que só empobrecer os ricos não resolve a desigualdade social.
Rocha citou a França, que há cerca de uma década adotou a medida e teve pessoas ricas se mudando para a vizinha Bélgica. Foi o caso do ator francês Gérard Depardieu, que posteriormente se tornou cidadão russo para pagar ainda menos impostos. Outro que também fez a mesma trajetória foi Bernard Arnault, do grupo de luxo LVMH, que fixou seu domicílio fiscal fora da França.
Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada na edição deste sábado (17.jul.2021) do jornal, Flávio Rocha respondeu assim sobre se “tributar grandes fortunas não funcionaria no Brasil”:
“O exemplo desastroso do François Hollande [ex-presidente da França] mostrou uma coisa que é cruel, mas é a dura realidade. É a mobilidade das fortunas. É o maior exportador de fortunas. O potencial de arrecadação é pífio. Acelera o êxodo. Na França, todo mundo mudou para a Bélgica, para a Inglaterra. E o mundo está cada vez mais digital. Você pode exercer a mesma função remotamente. As pessoas estão com mais mobilidade.”
“Nós queremos lutar contra a desigualdade ou contra a pobreza? Esse imposto consegue reduzir a desigualdade, mas pela via não inteligente: expulsando ou empobrecendo os ricos. O que se quer é enriquecer os pobres. Esse é um imposto que diminui a desigualdade, mas achatando a pirâmide, ou seja, empobrecendo os ricos.”
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Fonte: Poder 360
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