O campeão de viagens é o presidente do tribunal, Homero Santos. Ele já recebeu R$ 45,3 mil em diárias pelas viagens que fez e ainda fará por 12 países. Até 11 de novembro, terá completado 87 dias fora do país (27% do total) e terá percorrido 170 mil km (algo como quatro voltas em torno da Terra).
O TCU tem dificuldade para fiscalizar todas as obras feitas com recursos federais, mas enviou recentemente o ministro Marcos Vilaça para uma auditoria de 30 dias em órgãos federais e embaixadas na Finlândia, na Ucrânia, na Turquia e na Grécia. Só em diárias, Vilaça recebeu R$ 15,2 mil.
Nas três viagens feitas neste ano, Vilaça recebeu R$ 26,4 mil. O ministro Valmir Campelo já recebeu R$ 20,8 mil, e o ministro Adhemar Ghisi, R$ 15,8 mil.
As diárias são pagas com antecedência de uma, duas e até três semanas. Santos justifica tanta antecedência: "Isso é por causa da variação do dólar. É de acordo com a vontade de quem vai receber".
A programação das viagens, ou "missões oficiais", nem sempre justifica os custos. Neste ano foi concluída apenas uma auditoria no exterior. As demais viagens foram motivadas por conferências, congressos, reuniões, visitas e assinaturas de acordos.
Santos foi a Roma assinar um acordo de cooperação técnica com o presidente do Tribunal de Contas da Itália em julho. Levou junto os ministros Adhemar Ghisi e José Bento Bugarin.
Questionado sobre a necessidade de levar os dois colegas, disse: "Precisar, não precisava. Mas foi culpa minha. Ocorre que o ministro Bugarin, que é descendente de italianos, pediu para ir. Como o Ghisi também é descendente, levei os dois. Foi uma homenagem que prestei aos ministros".
A homenagem custou cerca de R$ 10 mil em diárias aos cofres públicos. Há mais casos de viagens desnecessárias.
Uma visita de cortesia de Santos à Controladoria da Guatemala também custou caro.
O motivo da missão seria o de conhecer o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) daquele país. Ocorre que estava sendo implantado na Guatemala um sistema baseado no Siafi brasileiro.
"Aquilo foi mais uma visita. O presidente do tribunal deles esteve aqui, e eu fiquei devendo uma visita. Como eu estava indo para Washington, aproveitei e passei pela Guatemala", disse o presidente.
Santos afirmou que as comitivas também contam com servidores porque os ministros "precisam de apoio". "Tem ministro que não fala o idioma do país."
O TCU já gastou R$ 333,8 mil em passagens aéreas e R$ 422 mil em diárias no exterior neste ano. Os servidores também participam de cursos, seminários, estágios e congressos no exterior.
O chefe de gabinete de Vilaça, Luiz Henrique Pochyly, recebeu R$ 10,9 mil em diárias para acompanhar o ministro na sua última viagem.
Fonte: Lúcio Vaz/Folha de São Paulo
Foto: Web
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