“Eu ouvi um louvor que falava de gratidão e eu saí cantando ao encontro de quem estava cantando. E aí quando a música acabou, eu acabei conhecendo a história dele”, contou Cleci. As andanças de Seu João começaram depois da morte da esposa. Foi a partir dali que ele saiu de Fortaleza para se dedicar a missões em várias igrejas.
Um trabalho voluntário que lhe garantia o básico: abrigo, água e comida. “Essa caminhada foi longa: 27 anos de Evangelho. Eu chegava na igreja, me identificava, e ia me entrosando na faxina e em qualquer coisa”, explicou o idoso.
Mas Seu João ficou desamparado na última igreja onde buscou ajuda e se viu, então, nas ruas. Mas o bom humor de alguém que estava tão vulnerável conquistou a vizinhança. “Eu comecei a perceber que outras pessoas também estavam levando comida pra ele. Até que a gente tomou a decisão de tirá-lo da rua”, destacou Cleci.
Seu João ganhou uma casa, que os vizinhos alugaram para ele. Os próprios vizinhos se revezam para levar comida e cuidar dele, que tem cinco filhos, com os quais não tem contato há anos.
“Roupa, calçado essa é a necessidade. Mas tudo que vier pra ele será muito bem-vindo. Além disso, estamos tentando um oftalmologista e um dentista, já que ele tem catarata e não tem mais dentes”, falou Cleci.
Os vizinhos tentam também recuperar a documentação do idoso. Ele perdeu todos os documentos e, só com eles, será possível ter acesso a benefícios.
Fonte: G1
Foto: Ayrton Freire
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