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sábado, 18 de dezembro de 2021

RANDOLFE PEDE A FUX QUE MENDONÇA SEJA DECLARADO SUPSPEITO PARA JULGAR AÇÃO CONTRA BOLSONARO NO STF

Ministro "terrivelmente evangélico" foi sorteado para relatar notícia-crime contra Bolsonaro por interferência no Iphan, sendo que ele era o Advogado-Geral da União à época do ocorrido

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitou ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, nesta sexta-feira (17), que André Mendonça, o nome “terrivelmente evangélico” indicado à Corte por Jair Bolsonaro e que foi empossado como ministro esta semana, seja declarado suspeito para julgar uma ação que envolve o chefe do Executivo.

Mendonça foi sorteado para relatar notícia-crime protocolada por Randolfe que acusa Bolsonaro de prevaricação e advocacia administrativa por ter interferido no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em favor empresário Luciano Hang, o Véio da Havan.

Em evento recente realizado na Federação das Indústrias do Estado de São (Fiesp), o chefe do Executivo deixou claro que trocou a presidência Iphan para que o órgão não dê “dor de cabeça”. Ele exemplificou como interferiu no instituto ao narrar a ocasião em que mandou “ripar todo mundo” para beneficiar uma obra da rede de lojas Havan.

Randolfe afirma que Mendonça é suspeito para julgar o caso pois, à época da interferência de Bolsonaro no Iphan, o agora ministro do STF era advogado-geral da União (AGU).

“Para além dessa relação, o ministro assumiu em 2019 o comando da AGU, com a chegada de Bolsonaro à Presidência, saindo somente em abril de 2020, para assumir a pasta da Justiça e Segurança Pública. A troca da diretoria do Iphan ocorreu em dezembro de 2019, de modo que se percebe que o ministro foi advogado-geral da União durante o período em que o presidente da República promoveu a mudança da cúpula do órgão administrativo, tornando-se temerária sua atuação neste processo por sua vinculação direta aos fatos ocorridos”, escreveu o senador, que solicita que a notícia-crime seja analisada pelo próprio Fux ou pelo plenário da Corte.

“Fala de Bolsonaro deixou claro desvio de finalidade: atender aos interesses dos amigos”, disse Calero após o novo pedido do MPF.

Fonte: Revista Forum
Foto: Alan Santos

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