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quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

ANVISA RECEBE "ÚLTIMO AVISO" COMO AMEAÇA APÓS LIBERAÇÃO DE VACINAS CONTRA COVID PARA CRIANÇAS; VEJA E-MAILS

Xingamentos e mensagens intimidatórias também estão entre as mensagens, e-mails e ligações

"Considere este aviso como último", "seu assassino desgraçado”, "passe mal" e "safado, assassino". Essas são algumas das dezenas de ameaças e intimidações enviadas por e-mail para diretores e servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esses ataques ocorreram após a autorização do uso da vacina da Pfizer contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos.

A reportagem teve acesso à parte do material, que inclui, ainda, xingamentos e ofensas aos funcionários. Como O GLOBO mostrou, o número de e-mails intimidatórios ultrapassa 150, para além das ligações. Os ataques se intensificaram com a decisão da Anvisa na última quinta-feira, após divulgação dos endereços de e-mail e dos telefones da equipe.

As investidas contra a Anvisa também ocorreram nas redes sociais, sobretudo no Twitter. O caso gerou uma onda de apoio e de solidariedade de pesquisadores e políticos à agência e uma campanha dos próprios funcionários a favor da autarquia e da liberação de imunizantes para o público infantil.

A Polícia Federal do Distrito Federal (PFDF) abriu um segundo inquérito na semana passada para apurar as novas ameaças. As diligências já estão em andamento. Procurada pela reportagem, a insituição informou que "não comenta investigações em andamento".

A PF já concluiu o primeiro inquérito e apontou crime de ameaça, como O GLOBO antecipou. A investigação tratava dos primeiros ataques, iniciados em outubro. À época, a Pfizer anunciou que entraria com pedido para incluir o público de 5 a 11 anos na bula da vacina.

Na mensagem enviada em 28 de outubro, o empresário Douglas de Toledo Bozza escreveu que tiraria o filho da escola para colocá-lo em ensino domiciliar — não aprovado no Brasil — se a Anvisa liberasse o imunizante.

A pena prevista é detenção de um a seis meses ou multa. O morador de Curitiba confessou ter enviado o primeiro e-mail aos diretores, ao qual a reportagem teve acesso, em que os ameaçava diante da então possibilidade de liberação de vacinas contra a Covid-19 para crianças, já concretizada.

Além disso, o empresário classifica a vacina erroneamente como “experimental” e como "ameaça à saúde e à integridade física" do filho, a despeito dos amplos estudos e testes de segurança e eficácia em diversos países.

“Deixando bem claro para os responsáveis, de cima para baixo: quem ameaçar, quem atentar contra a segurança física do meu filho: (sic) será morto. Isto não é uma ameaça. Isto é um estabelecimento. Estou lhes notando por escrito porque não quero reclamações depois”, escreve, no e-mail.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou Bozza pelo crime de ameaça, com base no artigo 147 do Código Penal, pelo primeiro ataque virtual contra diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Agora, o caso tramita na Justiça Federal de Brasília. Não houve indiciamento, já que se trata de crime de menor potencial ofensivo.

Fonte: O Globo
Foto: Agência Brasil

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