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segunda-feira, 27 de abril de 2020

"BOLSONARO QUERIA INFORMAÇÕES SOBRE ELE", DIZ ZAMBELLI SOBRE TROCA NA PF

Analistas alegam que o presidente não tem o direito de ter informações privilegiadas nem sobre ele mesmo, nem sobre outras pessoas.

Para a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), envolvida no desentendimento entre o ex-ministro Sergio Moro e Jair Bolsonaro, o presidente não interferiu politicamente na Polícia Federal (PF) ao tentar tirar Maurício Valeixo do comando.
Segundo a deputada, Bolsonaro quis ter acesso a informações que diziam respeito somente a ele, não a adversários políticos. Para especialistas ouvidos pelo GLOBO, no entanto, mesmo assim a prática poderia configurar crime de responsabilidade.
Em contrapartida ao aval do ministro, a parlamentar disse que ajudaria a convencer Bolsonaro a indicá-lo ao Supremo Tribunal Federal (STF) na vaga que será aberta com a aposentadoria do ministro Celso de Mello.
— O ponto é que ele (Bolsonaro) falava que gostaria de ter acesso a informações relativas a ele, não contra outras pessoas. Um (dos casos) é a tentativa de assasssinato a ele, que até hoje não se descobriu o mandante. Ele não queria que a PF repassasse informações sobre o José Dirceu, por exemplo. O que ele queria eram os últimos acontecimentos do país dentro de cada órgão, aquelas (informações) que podem se tornar públicas. Por que ele pode saber informações de outros órgãos, e não da PF? — diz ela.
Numa transmissão ao vivo em seu Facebook logo após a reportagem do “Jornal Nacional”, Zambelli se explicou aos seguidores sobre a ajuda que havia oferecido a Moro para tentar convencer Bolsonaro a indicá-lo a uma vaga no STF.
— O Planalto não queria que o ministro saísse. Então, como eu tenho amizade por ele (Moro), eu me dispus a entrar em contato com ele e conversar, chegar a um entendimento, já que ele e o Bolsonaro não tinham chegado a um entendimento. Me propus a ajudar. Eu sabia que o problema estava em cima do nome do Valeixo. Eu estava propondo para ele aceitar o Ramagem, que era um bom nome para ele (Moro) e para o presidente Bolsonaro. Como uma cidadã, como qualquer um de vocês, eu disse que ajudaria ele a ir para o STF — declarou ela na transmissão.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de um inquérito ao STF contra Bolsonaro, para investigar as tentativas de interferência na Polícia Federal.
Caso as declarações de Moro não se comprovem, pode ficar caracterizado crime de denunciação caluniosa. Caso se confirmem, existem indícios de que a conduta do presidente Bolsonaro pode ser enquadrada em delitos como obstrução à investigação de organização criminosa e advocacia administrativa.
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Fonte: Agência O Globo/Exame
Foto: Adriano Machado/Reuters

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