O premiê italiano Giuseppe Conte afirmou neste domingo, 13, em sua página no Facebook, que Cesare Battisti será extraditado direto para Roma.
Battisti chegará na Itália nas próximas horas durante a noite, em um voo direto de Santa Cruz de La Sierra, onde ele foi preso na madrugada de domingo. O italiano será encaminhado para um presídio próximo de Roma ainda na segunda-feira, 14.
A Bolívia expulsou Battisti por entrada ilegal no país. “Nas próximas horas, será entregue pela Interpol Bolívia à contra parte italiana no Aeroporto Internacional Viru Viru”, disse o ministro venezuelano Carlos Romeroem.
Anteriormente, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, avaliava que Batistti deveria retornar ao Brasil para depois ser extraditado para o território italiano, pois não havia um acordo de extradição entre Itália e Bolívia e a dificuldade técnica de realizar um voo sem escalas até a Itália tornaria a expulsão de Batistti mais demorada.
A declaração do ministro aconteceu após o presidente Jair Bolsonaro convocar uma reunião de emergência para discutir os próximos passos da extradição de Battisti. Participaram da reunião os ministros da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Batistti foi condenado à prisão perpétua na Itália acusado de cometer quatro assassinatos nos anos 1970. O italiano nega os crimes e se diz vítima de perseguição política.
Ele chegou ao Brasil em 2004, onde foi preso três anos depois. O italiano foi solto da Penitenciária da Papuda, em Brasília, em 9 de junho 2011. Ele voltou a ser preso em outubro de 2017 na cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, perto da fronteira do Brasil com a Bolívia.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele tentou sair do país ilegalmente com cerca de 25.000 reais em moeda estrangeira. Após a prisão, Battisti teve a detenção substituída por medidas cautelares.
O governo italiano solicitou a extradição de Cesare Battisti, aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, contudo, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que o italiano poderia ficar no Brasil e o ato foi confirmado pelo Supremo. Em dezembro de 2018, o então presidente Michel Temer mudou o posicionamento e decretou extradição de Battisti.
Fonte: Veja
Foto: Lula Marques/Folhapress
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