A Câmara dos Deputados deve instalar na semana que vem — terça ou quarta-feira — a CPI da Delação Premiada, para investigar a denúncia dos doleiros presos pela seção carioca da Lava Jato, Vinícius Claret, o Juca Bala, e Cláudio de Souza, conhecido como Tony ou Peter.
Os doleiros dizem que foram obrigados a pagar propina ao advogado Antonio Figueiredo Basto.
Segundo os delatores, os pagamentos de US$ 50 mil mensais foram feitos entre 2005 e 2013, para que ficassem protegidos de supostas acusações de outros investigados ao Ministério Público e à Polícia Federal (PF).
Um dos autores do requerimento de instalação da CPI, deputado Paulo Pimenta, diz que é necessário investigar as denúncias, inclusive para garantir a lisura de futuras delações.
“É uma oportunidade de passar a limpo a indústria das delações e as relações que envolvem escritórios de advogados, juízes e promotores, que transformaram a Lava Jato em um grande negócio”, afirmou.
Fatos para investigar não faltam, a começar pelos que deram origem à onda de delações que contribuiu decisivamente para derrubar um governo de Dilma Rousseff.
A CPI tem que retroagir ao caso Banestado e a 2006, quando o delegado da Polícia Federal Gerson Machado, de Londrina, procurou o juiz Sergio Moro para revelar que o doleiro Alberto Yousseff havia mentido em seu acordo de delação premiada.
Segundo ele, Yousseff continuava nas operações de lavagem de dinheiro e tinha ocultado pelo menos 25 milhões de reais de dinheiro sujo.
Mesmo informado de que Yousseff operava no mercado, o juiz não anulou o acordo de delação e só foi prendê-lo oito anos depois, em 2014, quando começou Lava Jato.
A história veio à tona em 2016, quando os advogados da Odebrecht chamaram o delegado para depor como testemunha em um processo conduzido por Moro.
O advogado de Yousseff, Antonio Figueiredo Basto, estava presente e, de maneira muito agressiva, tentou desqualificar o depoimento de Gerson.
Trouxe à tona fatos relativos à aposentadoria compulsória do delegado, por razões psiquiátricas. Moro impediu que Figueiredo Basto continuasse, e ficou em silêncio quando o advogado, em tom desafiador, disse ao próprio juiz:
“Você não quer buscar a verdade”.
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Fonte: Diário do Centro do Mundo/Falando Verdades
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