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terça-feira, 27 de agosto de 2013

"SERIEDADE DO BRASIL ESTÁ SENDO QUESTIONADA NO MUNDO INTEIRO".

Ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, nega que governo tenha sugerido fuga de senador.

Depois de uma primeira reação cautelosa, o governo do presidente boliviano, Evo Morales, acusou nesta segunda-feira o Brasil de ter violado tratados internacionais e exigiu uma explicação “verossímil” sobre a fuga do senador opositor Roger Pinto Molina. Horas depois de o chanceler boliviano, David Choquehuanca, ter apresentado um pedido formal de explicações à Embaixada do Brasil em La Paz, o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, afirmou que “neste momento, a seriedade do Estado brasileiro está sendo questionada no mundo inteiro”. Em entrevista exclusiva ao GLOBO, Quintana assegurou que o governo e o povo boliviano estão esperando uma explicação “verossímil sobre o ingrato episódio” envolvendo o senador da oposição.
Segundo Quintana, braço direito do presidente boliviano, o governo Morales já convocou uma equipe de especialistas em relações internacionais para avaliar as circunstâncias jurídicas e os próximos passos da Bolívia a partir de agora. A estratégia do Palácio Quemado, disse um dos homens mais poderosos do governo Morales, dependerá da resposta a ser dada pelo Estado brasileiro.
O GLOBO: 
Algumas versões indicam que a Bolívia teria sugerido a fuga de Pinto para resolver um problema que atrapalhava o relacionamento bilateral.
Juan Ramón Quintana: 
Isso é um absurdo. Seria incompatível com nossa política de combate à corrupção, porque este senador enfrenta mais de 20 processos na Justiça boliviana e esta acusado, entre outros delitos, de corrupção e enriquecimento ilícito. Roger Pinto não é um cidadão perseguido politicamente, é um cidadão julgado e está sujeito a um processo judicial. Existe uma condenação. Falar em sugestão por parte da Bolívia parece uma desculpa de um funcionário de algum ministério do Brasil para explicar algo que não tem explicação.
O governo Morales jamais imaginou que a fuga poderia acontecer?
Juan Ramón Quintana: 
Não, estamos consternados, tão consternados que convocamos uma equipe de especialistas em relações internacionais que já está estudando os efeitos jurídicos desta situação. Estamos esperando uma explicação oficial do governo brasileiro e assim que ela chegar analisaremos os passos a seguir, em base à recomendação desta equipe de especialistas. Dependendo da resposta do Brasil, identificaremos o conjunto de normas internacionais que o Estado brasileiro poderia ter violado. Não sabemos se a fuga foi uma decisão deliberada do Estado brasileiro ou uma ação independente de um funcionário. Por enquanto, seremos prudentes. O governo e o povo boliviano estão esperando uma explicação verossímil sobre o ingrato episódio. Se um funcionário do Brasil utilizada carros diplomáticos para facilitar a fuga de um delinquente o que não poderia acontecer no caso de drogas ou armas. É muito grande. Neste momento, a seriedade do Estado brasileiro está sendo questionada, no mundo inteiro.
Havia alguma possibilidade de que a Bolívia tivesse concedido o salvo- conduto?
Juan Ramón Quintana: 
Não, nenhuma. Isso teria significado um conflito de poderes, porque o senador foi denunciado pelo Ministério Público, já foi condenado e continua sendo julgado. Pinto optou pela estratégia da turbulência diplomática, ele queria afetar as relações entre Brasil e Bolívia. É um delinquente, que deveria ter se defendido nos tribunais, lugar onde nunca esteve.
Os presidentes Dilma Rousseff e Evo Morales poderiam conversar sobre o assunto na próxima cúpula de presidentes da União de Nações Sul-americanas (UNASUL), no Suriname?
Juan Ramón Quintana: 
O encontro entre ambos será inevitável, mas ainda não sabemos se haverá uma conversa sobre o caso de Roger Pinto.

Fonte: Janaína Figueiredo/O Globo

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