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terça-feira, 7 de dezembro de 2021

OS BASTIDORES DO CANCELAMENTO DA REUNIÃO DO GOVERNO COM A ANVISA

A decisão do governo de cancelar a reunião com a Anvisa na véspera de ocorrer, nesta segunda-feira, tentava evitar que a agência colocasse “mais lenha na fogueira” das restrições sobre a Covid-19.

A agência já enviou pelo menos seis recomendações para que viajantes que cheguem ao Brasil do exterior façam quarentena antes de circular em território nacional, como revelou a colunista Malu Gaspar.

Com a chegada de novas variantes, a Anvisa endureceu ainda mais o seu posicionamento, pedindo que além da quarentena, seja exigido também o certificado de vacinação completa contra a Covid-19 , ou seja, o passaporte vacinal para a entrada de viajantes no Brasil.Mas, apesar das manifestações, Jair Bolsonaro segue contrário à obrigatoriedade da vacina e da necessidade de apresentar o certificado.

Na tarde de ontem, a reunião estava prestes a ocorrer, quando o Palácio do Planalto recebeu a decisão do ministro Luís Roberto Barroso pedindo explicações, em 48 horas, de porque a portaria de outubro exige apenas a apresentação de teste negativo de Covid-19 para a entrada no País.

Integrantes da Casa Civil, então, decidiram suspender a reunião com a Anvisa para focar em respostas ao Supremo.Os ministérios da Saúde, Justiça e Segurança Pública e Infraestrutura elaboram pareceres para que a Casa Civil apresenta uma resposta ao STF.

Na avaliação de integrantes do governo, o posicionamento da Anvisa já é conhecido e a reunião do Palácio do Planalto só daria mais munição para a agência cobrar medidas mais duras nas fronteiras.Aliados de Jair Bolsonaro afirmam que ele anda incomodado com os posicionamentos rigorosos da agência em relação às restrições sobre Covid-19.

A insatisfação do presidente tem nome: Antônio Barra Torres. Indicado por Bolsonaro, o militar decidiu seguir as orientações do corpo técnico da agência ao se posicionar sobre Covid-19.Na avaliação de um ministro do governo, Bolsonaro criou “um monstro” com vida própria e não pode trocá-lo já que Barra Torres tem mandato na Anvisa e não pode ser demitido.

Bolsonaro e Barra eram muito próximos, mas a relação entre os dois ficou estremecida nos últimos meses, após a agência reiterar diversas vezes seu posicionamento duro contra Covid-19.  

Fonte: Lauro Jardim

Foto: Reprodução

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