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sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

"NA PRÓXIMA, VOCÊ SERÁ RETIRADO", DIZ JUIZ DO JULGAMENTO DA BOATE KISS A ADVOGADO APÓS DESENTENDIMENTO

Advogado de defesa de um dos réus, Luciano Bonilha, se exaltou durante depoimento de testemunha de acusação.

O advogado Jean Severo, que defende o réu Luciano Bonilha no julgamento da boate Kiss, foi advertido pelo juiz Orlando Faccini Neto, durante depoimento de Daniel Rodrigues da Silva, gerente da loja em que os artefatos pirotécnicos usados na boate foram comprados. "Hoje, não está fácil. hoje, não está fácil. A próxima que você me fizer, você não vai ficar mais aqui". O julgamento chegou ao terceiro dia nesta sexta-feira (3).

'Artefatos não podem ser usados em ambiente fechado', diz gerente da loja onde foram comprados os fogos

Os familiares de vítimas que acompanham o júri no plenário também reagiram, criticando o advogado. Ele se exaltou em duas situações: quando o depoente questionou se precisava responder pergunta sobre a fiscalização em sua loja, e quando Daniel recusou-se a ler o rótulo de uma caixa de fogos de artifício.

Reveja os depoimentos dos sobreviventes:

Kátia: 'comecei a gritar que não queria morrer', diz ex-funcionária que teve corpo queimado
Kelen: 'última vez que corri foi para tentar me salvar', diz sobrevivente que teve perna amputada
Emanuel: 'não soou alarme, não teve iluminação', conta sobrevivente especialista em prevenção de incêndio
Jéssica: 'vi quando pegou a faísca', conta sobrevivente que perdeu irmão
Lucas: 'eu desmaiei, fui muito pisoteado'

O júri chegou a ser interrompido por dez minutos. Os familiares foram orientados pela equipe do tribunal a não se manifestarem.

No dia anterior, durante a segunda sessão do júri, Faccini Neto já havia advertido advogados de defesa, classificando uma ação da defesa do réu Elissandro Spohr como "apelativa e desnecessária". O advogado Jader Marques chamou seu cliente para o centro do auditório e, frente a frente com uma sobrevivente do incêndio, questionou se ela tinha "ódio" do acusado (veja o vídeo abaixo).

"Isso não é adequado porque nós estamos em um sistema de Justiça que busca, efetivamente, racionalizar aquilo que as vítimas sentem. [...] Eu considero -- digo isso muito respeitosamente, mas vai ficar registrado -- eu considero apelativo e desnecessário isso", sustentou.

Fonte: Globo.com
Foto: G1

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