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sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

COM TEMOR DA ÔMICRON, 21 CAPITAIS CANCELAM FESTAS DE RÉVEILLON

Ainda que admitam os índices seguros de vacinação e de casos e hospitalizações por Covid-19 atualmente, os prefeitos de 21 capitais já anunciaram que não realizarão eventos de réveillon. 

O temor com a nova variante Ômicron e a incerteza sobre o cenário epidemiológico até o fim do mês motivou prefeituras que haviam programado a festa a rever a decisão e reforçou a determinação dos municípios que já não planejavam uma celebração.

Na maioria dos casos, no entanto, os anúncios não foram acompanhados de novas medidas restritivas, e festas particulares continuam permitidas, geralmente com exigência de comprovação da vacina. Especialistas destacam que o cenário, hoje, favoreceria os eventos de virada do ano, mas avaliam que o cenário internacional justifica a prudência e os cancelamentos.

A capital paulista também vai manter a exigência de uso de máscaras em todos os ambientes, incluindo vias públicas e parques. Mas restrições de ocupação, horário e distanciamento em locais fechados continuam valendo. O passaporte da vacina continua adotado para eventos que prevejam 500 pessoas ou mais.

O Rio mantém até o momento a previsão de realizar a festa da virada, mas o martelo só será batido em duas semanas, quando o comitê científico da prefeitura voltará a debater o tema. No último encontro dos especialistas, no começo desta semana, o cenário foi visto como favorável para a festa.

— Não basta olhar para o panorama de hoje. É preciso fazer projeções, o que é complicado com a Covid. É cada vez mais raro ter um caso grave na cidade. O que protege é a alta cobertura vacinal, mas se tiver uma comprovação científica de que a nova variante a ultrapassa, a gente perde nossa principal barreira — diz Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde do Rio.

O governo do estado também estuda e debate internamente qual será a orientação a ser passada aos 92 municípios do Rio. Por enquanto, o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, prefere esperar, ao contrário do comitê científico que o assessora e já recomendou na quarta-feira cancelar o evento.

— Qualquer tomada de decisão em relação a réveillon depende da caracterização do comportamento da variante. É importante cautela e avaliar o cenário epidemiológico dia a dia. Por enquanto, as decisões serão postergadas — diz Chieppe.

Coordenador do Laboratório de Virologia da UFRJ e integrante do comitê científico do estado do Rio, Amílcar Tanuri considera que a incerteza é muito alta para a realização da festa.

— Se o réveillon fosse amanhã, estaria tranquilo, mas não sabemos como estará o cenário daqui a 20 ou 30 dias. Espero que esteja igual hoje, mas sabemos que qualquer variante nova tem chance de causar aumento de casos — explicou Tanuri, que destacou a falta de condições para se criar mecanismos de controle de público num evento como o réveillon de Copacabana. — Não teria nem como cobrar máscara, a situação é bem complexa. O ideal seria termos mais 15 dias para aguardar o cenário, mas ficaria muito em cima para a montagem do evento.

Como no Rio, nas outras cinco capitais em que não houve cancelamento, a decisão não é definitiva. A prefeitura de Maceió continua monitorando as estatísticas, e Manaus tomará uma decisão no dia 12.

Para Tânia Vergara, presidente da Sociedade de Infectologia do Rio de Janeiro, o cancelamento do réveillon seria a medida adequada, assim como a manutenção da cobrança da máscara, inclusive em locais abertos, e do passaporte da vacina.

— Dispensar máscaras em locais abertos sem aglomeração não seria problema, mas é complicado esperar que a população vá ter o discernimento de andar sem máscara no parque e depois colocá-la quando entrar numa loja ou transporte — explicou Tânia, que destacou que o final de dezembro pode ser a época do auge da circulação da variante Ômicron no país.

Para a infectologista, “já passou o momento” de controlar fronteiras por causa da nova variante. Tânia diz que importa mais haver oferta de testes e cobrança de vacinação.

Fonte: Extra

Foto: Gabriel Monteiro


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