Presidente decide subir o tom depois de Alexandre de Moraes determinar abertura de nova investigação contra ele
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou nesta quinta-feira (9) a atacar o STF (Supremo Tribunal Federal), defendeu aliados presos por determinação da corte e disse que, se os Poderes não se impuserem limites, poderá ocorrer uma nova crise institucional no Brasil.
Um dia antes, o chefe do Executivo já havia subido o tom contra o STF, quando criticou também determinações do ministro Alexandre de Moraes, ainda que não mencionasse ele diretamente.
Na semana passada, Moraes determinou a abertura de uma nova investigação contra Bolsonaro na corte, desta vez para apurar a conduta do chefe do Executivo por ter feito uma falsa relação, durante uma live, entre a Aids e a vacinação contra a Covid-19.
"Ou todos nós impomos limites para nós mesmos ou pode-se ter crise no Brasil. Apesar de a grande mídia me acusar de provocar, agredir, não tem agressão minha. Tô tomando sete tiros de 62 [calibre], quando dou um [tiro] de 62, tô provocando", disse o presidente, em tom exaltado.
A frase se deu no momento em que o mandatário fazia menção em seu discurso ao blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.
Há um pedido de extradição feito por Moraes, no inquérito que investiga milícias digitais, mas a delegada do caso alega risco de interferência do Ministério da Justiça, como mostrou o Painel.
"Estamos assistindo a atos arbitrários pelo Brasil com constância. Isso não é critica, ofensa a um Poder, isso é constatação", disse o presidente no Palácio do Planalto.
"Tá escrito ali [no acordo de extradição] o que você pode pedir de extradição ou concedê-la. Aqui [no Brasil] se acha qualquer motivo, ‘me chamou de feio, narigudo, barrigudo, posso agora pedir a extradição dessa pessoa’. Não é assim que funciona."
No final de outubro, Moraes ordenou a prisão do dono do site Terça Livre. Como ele mora nos Estados Unidos, para onde se mudou após entrar na mira de inquéritos que investigam atos antidemocráticos e fake news na corte, o ministro teve de acionar o Ministério da Justiça para solicitar sua extradição.
O pedido de prisão se deu porque o blogueiro driblou decisão de Moraes de suspender as contas de seu site devido ao inquérito das milícias digitais. Ele continuou publicando programas e artigos.
Fonte: Folha de SP
Foto: Evaristo Sá
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