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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

ALTA DE COMBUSTÍVEIS FAZ FRETE DISPARAR E INFLAÇÃO ONLINE SUPERA DADOS OFICIAIS

O levantamento foi feito em 40 categorias, mais de 20 mil produtos e com 12 milhões de ofertas analisadas

Levantamento realizado por uma nova plataforma de coleta diária de preços do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar) aponta que o comércio eletrônico teve uma alta de preços de 18,76%, no período de janeiro a outubro.

O índice foi bem mais alto que o IPCA/IBGE, que avançou 8,24% no mesmo período. Os produtos eletrônicos sobem 9,89% e moda, 6,92%, todos abaixo do ritmo de alta inflacionária no digital.

Estes índices até incluem a variação de preços na internet, como ocorre no IPCA, mas consideram lojas, concessionárias de veículos, e até variação em insumos, caso do IGP-M.

O levantamento foi feito em 40 categorias, mais de 20 mil produtos e com 12 milhões de ofertas analisadas.

Preço do diesel
A alta de 65% até outubro no preço do diesel pesa nos transportes feito pelas plataformas e por seus parceiros logísticos. O combustível é um dos principais itens na matriz de custos, representando de 30% a 40% do valor dos fretes. Além disso, há o efeito do custo de mão de obra especializada em tecnologia. Ambos pressionam despesas e comprimem a rentabilidade se a venda passa a desacelerar, como tem sido visto desde julho no varejo de bens duráveis.

De acordo com a plataforma de coleta Vmais, do Ibevar, houve queda de 9% nos preços no on-line em novembro por conta da Black Friday, mantendo uma alta acumulada de quase 9,8% no ano. Essa inflação da internet até novembro supera a prévia do IPCA no período (9,5%).

Pós-Black Friday
O presidente do Ibevar, Claudio Felisoni de Angelo, afirma, no entanto, que “após a Black Friday e até o dia 3 de dezembro, a pesquisa mostra aumentos dos preços de cerca de 2,4% em relação ao começo de outubro, quando retomamos a coleta de dados”.

Já Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), afirmou: “é curioso porque, muitas vezes, o consumidor vai à loja para barganhar, porque acha caro o site das grandes redes. Mas ele talvez não perceba que os marketplaces dos varejistas hoje são formados exatamente dessas lojas do mundo real. E essas lojas médias e pequenas não estão conseguindo segurar reajustes pelas pressões nos custos e nos insumos, e repassando isso para a tabela no on-line”, diz.

Fonte: Revista Forum
Foto: Reprodução

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