Um vídeo revela as agressões ao ambulante Hygino Vasconcellos, de 40 anos, que morreu após reclamar do preço da carne em um açougue de em Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre, no sábado (2).
Nas imagens disponibilizadas pela Polícia Civil, o cliente é visto entrando no estabelecimento e caminhando até o balcão. Em seguida, o ambulante fala com um atendente, mas sem se exaltar. "Não aparenta que houve discussão, em princípio não houve discussão", afirmou ao UOL o delegado Edimar Souza, da DHPP (Delegacia de Investigação de Homicídios e Pessoas Desaparecidas) de Alvorada.
Segundo depois, Lovato caminha em direção à porta e, já na calçada, passa a conversar com o gerente do estabelecimento. Em um segundo vídeo, feito de outra câmera, é possível ver o ambulante na entrada da casa da carnes falando com outra pessoa, que não aparece no vídeo. Outro homem - de camisa vermelha - fica entre eles e chega a evitar a aproximação deles com o próprio corpo.
O ambulante consegue entrar na casa de carnes, mas segundos depois é acompanhado por um homem de camiseta listrada. Conforme o delegado, essa pessoa é amiga do ambulante. Ele conduz a vítima, com um dos braços sobre os ombros da vítima, para outro ponto da calçada e passa conversar de costas com o amigo.
O gerente fica observando à distância, mas 20 segundos depois se aproxima deles e passa a empurrar o ambulante, além de tentar dar uma joelhada nele. Em seguida, Lovato leva dois socos do amigo e cai no chão de costas, aparentemente chocando a cabeça com o solo. O gerente ainda tenta pisar no rosto do ambulante, já estirado no chão. Outras pessoas se aproximam e afastam os dois agressores.
Lovato, um ex-empresário que virou ambulante na pandemia e vendia salgados na rua para ajudar no sustento da esposa, três filhas e uma neta, não resistiu aos ferimentos e morreu no domingo no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre.
Para a polícia, os dois homens alegaram que foram se defender. Porém, segundo o delegado, as imagens não mostram agressão do ambulante neles ou mesmo revide aos empurrões e socos. A dupla, que não tem antecedentes criminais, está presa preventivamente desde sábado.
O açougueiro que atendeu o ambulante no balcão deve prestar depoimento na polícia hoje. O delegado também aguarda o laudo da necropsia que deve apontar a causa da morte. No atestado de óbito, consta traumatismo craniano.
Os dois agressores já foram identificados, porém, os nomes não estão sendo divulgados pelo delegado responsável, que alega seguir a Lei de Abuso de Autoridade.
Fonte: Hygino Vasconcellos/UOL
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