Questionado se abriria mão de se candidatar para Moro ou Mandetta, tucano reconheceu que poderia fazer isso para evitar vitória de Lula ou Bolsonaro
O governador de São Paulo, João Doria, disse nesta segunda-feira que a terceira via não pode chegar "fracionada" às eleições de 2022. Ao ser questionado se poderia até abrir mão de uma eventual candidatura, caso vença as prévias do PSDB, em favor dos ex-ministros Sérgio Moro ou Luiz Henrique Mandetta, o tucano reconheceu que isso poderia evitar vitória de Luiz Inácio Lula da Silva ou Jair Bolsonaro. A declaração foi dada ao programa “Amarelas On Air”, da revista "Veja".
— Sou um patriota acima de tudo. Não estou na política por um projeto pessoal. Se ficarmos fracionados, não teremos uma terceira via. Teremos Lula ou Bolsonaro sucedendo a esse governo, o que seria um desastre. Se tivermos mais um governo poppulista o Brasil não vai resistir — respondeu Doria.
O paulista ainda tentou vincular os seus opositores nas prévias do PSDB ao presidente Jair Bolsonaro. Citou que os sete deputados federais tucanos de São Paulo votam sempre contra as pautas bolsonaristas, enquanto os parlamentares do Rio Grande do Sul, estado de Eduardo Leite, seu principal adversário na disputa interna do partido, são favoráveis aos temas de interesse do presidente da República, como o voto impreso.
— Eu quero registrar aqui e não é para fulanizar. O Rio Grande do Sul tem dois deputados do PSDB, os dois votaram a favor do voto impressio. E, infelizmente, sistematicamente têm votado as pautas bolsonaristas, assim como os do Minas Gerais, com execeção de um, Domingos Sávio.
Sávio declarou, no último fim de semana, apoio a Doria nas prévias, enquanto o diretório de Minas, que sofre forte influência do deputado Aécio Neves, aderiu a Leite.
— Todos os demais parlamentares de Minas votam a favor das pautas bolsonaristas e votam contra mim nas prévias. Portanto, esse é jogo. Faz parte do processo ter gente a favor e ter gente contra. Mas vamos olhar quem é contra, qual a identidade dessas pessoas. São aqueles que estão votando com Bolsonaro. E eu me coloco francamente contra Bolsonaro.
Doria, que classifica o governo como o pior da história do Brasil, também disse que ficar "triste" com os deputados do PSDB que apoiam o presidente.
— Queria ter um partido que tivesse um sentimento melhor. A votação do voto impresso não era pelo voto impresso, era contra a democracia.
Apesar disso, o tucano afirmou que não ver condições no Congresso para abertura do impeachment do presidente.
Doria ainda garantiu que fica no PSDB mesmo que perca as prévias e que apoiaria Leite.
— Não há a menor possibilidade de eu sair do PSDB nem de apoiar outra candidatura que não seja do PSDB ou a candidatura que puder engradecer a terceira via.
O governador paulista também descartou disputar a reeleição se não for escolhido pelo PSDB para concorrer a presidente.
— Sou contra a reeleição. É constitucional, mas é um erro. A reeleição é um mal.
Doria também disse que o ex-governador Geraldo Alckmin não aceitou disputar o Senado em 2022 e negou ter rompido com o seu padrinho político.
Fonte: O Globo
Foto: Jorge William

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