Em entrevista exclusiva ao Agora RN, a engenheira Ana Adalgisa Dias Paulino reforça a importância do plano diretor para a preservação do meio ambiente e, por consequência, para a qualidade de vida da população. Ela foi reeleita em outubro de 2020 à presidência do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia no Rio Grande do Norte
Reeleita para presidir Sistema Confea/Crea e Mútua no Rio Grande do Norte em outubro do ano passado, com uma expressiva votação, a engenheira civil Ana Adalgisa Dias Paulino diz que Plano Diretor e meio ambiente caminham juntos quando o interesse é melhorar a qualidade de vida da população. Nesta entrevista ao Agora RN ela explica o que há de realidade nessa relação.
Agora RN: Em sua opinião, qual o maior desafio do Plano Diretor neste momento da vida de Natal?
Ana Adalgisa: O desafio maior é avançar para uma cidade dinâmica, sem tantas amarras, que traga o cidadão natalense para viver a cidade. Que tenha, além de habitação, serviços para que as pessoas possam usufruir deles. Uma cidade mais compacta onde as pessoas possam trabalhar e morar próximo do trabalho, evitando deslocamentos exaustivos e caros, diminuindo os engarrafamentos. Em resumo, moradia e comércio forte na mesma área.
Agora RN: A senhora poderia nos dar um exemplo do uso errado de um bairro?
Ana Adalgisa: Olha assim de cabeça, lembro de Morro Branco que hoje é quase um cemitério de casas, já que muitas delas foram fechadas por questão de segurança e poderiam ceder lugar a prédios de apartamentos beneficiando um maior número de pessoas. É um bairro arborizado e até dotado de certa infraestrutura.
Agora RN: Plano Diretor então, em sua opinião, une economia e qualidade de vida?
Ana Adalgisa: Sem dúvida. A preservação ambiental tem encontro marcado com o desenvolvimento econômico da cidade como um todo. É triste ver capitas vizinhas de Natal em pleno desenvolvimento e a gente parado sem sair do lugar. Precisamos ver Natal seguir esse desenvolvimento para que a cidade não se transforme num grande Morro Branco.
Agora RN: Qual a expectativa do CREA nessa revisão do Plano Diretor depois de 14 anos da anterior?
Ana Adalgisa: Muitas expectativas positivas. E agora que as discussões do Plano Diretor caminham para a fase final com a chegada à Câmara Municipal, mais ainda. Aliás, nosso diálogo com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo e a Ordem dos Advogados do Brasil a esse respeito tem sido muito tranquilo e produtivo.
Agora RN: Muita gente acha que Planos Diretores existem para melhorar o ambiente de negócio da construção civil. O que a senhora acha disso?
Ana Adalgisa: Não é verdade. Há situações relevantes envolvidas. Na atual proposta de revisão do Plano Direto, por exemplo, Natal foi dividida em eixos de mobilidade, inclusive com o mapa do saneamento incluído. Isso vai facilitar a compreensão e, melhor ainda, as intervenções futuras sobre a cidade como um todo, até para orientar as políticas públicas e de ocupação. Mais ou menos como aconteceu em Curitiba onde se vê hoje uma ocupação de todos os seus eixos.
Agora RN: Para que as pessoas possam entender, quais as consequências dessa visão da cidade por eixos?
Ana Adalgisa: Na prática, agrupa as pessoas junto aos eixos tendo um impacto direto sobre a mobilidade delas, já que são áreas que dispõe de uma infraestrutura existente que precisa ser mais bem utilizada. Em outras palavras, o Plano Diretor existe para integrar a cidade, banindo o conceito antiquado de abordar problemas pontualmente. E é sob essa questão que eu defendo a cidade compacta, aproveitando melhor a estrutura que ela dispõe.
Agora RN: A última revisão do Plano Diretor de Natal foi há 14 anos. Quais os prejuízos de um atraso desse tamanho?
Ana Adalgisa: A consequência desse atraso na revisão do Plano Diretor jogou a cidade em compasso de espera no qual a infraestrutura e o mercado imobiliário ficaram parados, um esperando o outro. E isso deixou muita coisa a se fazer. Hoje, precisamos de uma urbanização na orla e correr atrás do prejuízo, pois desde então vários bairros foram criados e inflados sem qualquer planejamento.
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Fonte: Redação Agora RN
Foto: Reprodução

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