Esperança, 8 anos, residia com a mãe, o pai e 8 irmãos em um bairro periférico da zona oeste de Natal/RN. Uma vizinha, que presenciava as situações de abuso sexual do genitor com uma das irmãs, de 13 anos, da criança, denunciou o fato ao Programa SOS Criança. O caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar e este, enquanto medida protetiva, o referenciou à Casa Renascer. O violador foi preso em flagrante. Este é um trecho do dossiê “Infâncias Violadas II: casos emblemáticos que retratam a realidade do Rio Grande do Norte”, que este Diário Político teve acesso. Veja documento na íntegra clicando AQUI ou logo abaixo desta reportagem.
Nessa terça-feira (12/05), o Centro de Defesa de Direitos da Criança e do Adolescente (CEDECA) – Casa Renascer, publicou um documento com informações, dados estatísticos e detalhes a partir de exemplos de casos concretos acompanhados pelo CEDECA, além de uma análise crítica a respeito das discussões que permeiam o abuso e da exploração sexual contra crianças e adolescentes no estado.
Entre os fatores que levam à alta incidência da violência sexual contra crianças e adolescentes no estado do Rio Grande do Norte o documento destaca a situação de miserabilidade, as tradições socioculturais.
Números 2020
Os dados da Delegacia de Defesa da Criança e do Adolescente (DCA) apontam o crescimento de aproximadamente 3% ao ano das denúncias de abuso e exploração sexual no estado. Em 2020 foram registradas 353 denúncias, sendo 85,6% por estupro de vulnerável, 3,2% por aliciamento, 3,7% por exploração sexual e 7,5% por importunação sexual.
Destes abusos quase 90% dos violadores eram conhecidos das vítimas. Sendo 94,8% são do sexo masculino e 5,8% do sexo feminino, em sua maioria entre a faixa etária de 30 a 64 anos. As vítimas, são majoritariamente do sexo feminino, 82,5%. Os dados ainda mostram que 53% das vitimadas são crianças e 47% são adolescentes. Já 72,6% dos meninos que sofreram violações sexuais são crianças, estando entre a faixa etária de 0 a 11 anos.
Apesar de os dados demonstrarem que é similar a quantidade de crianças e adolescentes que sofrem violência, é notório que a violência contra as crianças sensibiliza mais a opinião pública do que a violência contra adolescentes. No entanto, os adolescentes também são vítimas, uma vez que são consideradas pessoas em desenvolvimento, dependentes dos adultos.
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Fonte: Vonúvio Praxedes/Diário Político
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