Ele entrou no PT nos anos 1980, mas se desfiliou da legenda em 2005 e passou a apoiar quadros tucanos como José Serra.
Ex-ministro interino de João Goulart e integrante do PT durante os anos 1980 e 1990, o jurista Hélio Bicudo morreu aos 96 anos. Após deixar a legenda em 2005, ele foi um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff.
Em setembro de 2015, Bicudo apresentou à Câmara um documento assinado também por Miguel Reale Jr. e pela professora de direito da USP Janaína Paschoal contra a ex-presidenta. Em sua argumentação, ele afirmou que Dilma cometeu crime de responsabilidade por causa das chamadas "pedaladas fiscais".
Bicudo deixou o PT em 2005, em meio à crise do "mensalão", junto a nomes como Plínio de Arruda Sampaio, Ivan Valente e Chico Alencar, que se filiaram ao PSOL. Ele não ingressou em outra legenda, mas passou a apoiar abertamente adversários do PT. Nas eleições de 2010, apoiou o tucano José Serra no segundo turno, vencido por Dilma, e voltou a declarar voto no PSDB nas eleições municipais de São Paulo 2012.
Antes de se desfiliar do PT, Bicudo era um quadro importante do partido. Ele entrou na sigla em 1980. Dois anos depois, foi vice na chapa de Lula para o governo de São Paulo. Ambos foram derrotados por Franco Montoro. Em 1986, ele tentou uma vaga ao Senado pelo PT, sem sucesso. Assumiu três anos depois a secretaria municipal de Negócios Jurídicos em 1989. Em 1992, como deputado federal, votou a favor do impeachment de Fernando Collor.
Em 1996, Bicudo assumiu o posto de presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputado. Tornou-se uma espécie de porta-voz da Igreja Católica no PT ao rejeitar pautas como a descriminalização ou flexibilização do aborto.
Em 2000, ele elegeu-se vice-prefeito de São Paulo na chapa de Marta Suplicy. Ele ficaria no cargo pouco antes de se desfiliar do partido.
Chefe de gabinete de Carlos Alberto de Carvalho Pinto, ministro da Fazenda de João Goulart, ele assumiu interinamente a pasta entre 27 de setembro e 4 de outubro de 2013.
Durante a ditadura, ele investigou atividades criminosas do chamado "Esquadrão da Morte", uma organização parapolicial que matava criminosos tidos como perigosos para a sociedade.
Fonte: Carta Capital
Foto: Observador Político
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