Procuradores da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba afirmam que, mesmo com os avanços resultantes das investigações sobre fraudes entre empreiteiras, políticos e Petrobras, o combate à corrupção está longe de um fim. "A Lava Jato higieniza, em uma tarefa que está longe de acabar, apenas alguns dos aposentos de um imenso prédio público que tem milhares de repartições contaminadas histórica e sistematicamente com a corrupção", afirmam.
Para eles, "se nada mudar, não conseguiremos limpar esse prédio todo, como instituições, não só por falta de instrumentos adequados, não só pelas grandes proporções do prédio e reduzida dimensão de nossas equipes, não só pela dificuldade de encontrar a sujeira quando ela é bem escondida, mas porque, na medida em que limpamos alguns ambientes e avançamos para outros, os primeiros são novamente contaminados".
Os procuradores fizeram a declaração depois de receberam nesta terça-feira, em Brasília, o prêmio República, promovido pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). O prêmio, um conjunto com troféu, placa e certificado, foi concedido em reconhecimento à qualidade e o resultado das investigações da força-tarefa sobre a corrupção entre empreiteiras, políticos e a Petrobras. Entre os procuradores que receberam o prêmio estão Deltan Dallagnol, Carlos Fernando Santos Lima, Roberson Pozzobon e Andrey Borges Mendonça.
O prêmio foi concedido hors concours, ou seja, fora da competição. Para banca examinadora, o trabalho da força-tarefa merecia um reconhecimento especial, acima dos demais trabalhos apresentados pelos concorrentes. Para os procuradores da força-tarefa, os resultados positivos da Lava-Jato são frutos do trabalho não só do grupo que atua diretamente no caso em Curitiba, mas de todas as instâncias do Ministério Público Federal que lidam diariamente com a questão. Os procuradores também destacaram o trabalho do procurador-geral Rodrigo Janot.
Foi Janot quem criou a força-tarefa de Curitiba, muito antes do caso ganhar dimensão de escândalo nacional. "Devemos nossa existência ao PGR Rodrigo Janot, que teve a visão de constituir uma força tarefa e acreditou em nossa equipe em um momento em que o caso Petrobras ainda era um embrião e, mais tarde, compôs uma equipe de brilhantes colegas com uma excepcional atuação perante o STF", afirmam os procuradores em texto escrito depois da premiação.
Fonte: Jailton de Carvalho/O Globo
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