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quinta-feira, 13 de maio de 2021

"SOMOS SUBSTITUÍVEIS PARA O SISTEMA", DIZ PROFESSORS SOBRE MORTES NA VOLTA ÀS AULAS

Atividades presenciais fizeram aumentar mortes de professores e alunos pela covid-19. em São Paulo, 51 morreram.

Para famílias de professores mortos pela covid-19, o que resta é a saudade. "É doloroso demais, porque tudo tem o cheiro da pessoa. Não é só o físico dele que foi embora, é uma parte da sua história", conta emocionada Erismar Nunes de Oliveira, professora da rede estadual no Amazonas.

O irmão dela, o também professor Erivonaldo de Oliveira, morreu no auge da crise da falta de oxigênio que atingiu o estado em janeiro. O governo federal foi informado que o colapso, com o fim dos estoques, chegaria ao Amazonas, mas nada foi feito. O docente deixou a família e um legado profissional de 25 anos na Escola Estadual Petrônio Portela.

Apesar da pressão dos professores e dos pais de alunos, as escolas públicas e privadas reabriram de forma presencial em todo o país em 2021. As orientações para a volta às aulas exigiam a adoção de medidas de segurança, como o uso de máscaras, o distanciamento social e o fornecimento de máscaras e álcool em gel nas instituições. A falta de estrutura nas escolas, porém, impediu que os protocolos sanitários fossem cumpridos. 

O último levantamento do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas revela um total de 64 mortes de professores pelo coronavírus até meados de fevereiro.

"A sensação que eu tenho é que nós somos apenas uma peça. De fato, para o sistema, nós somos a força de trabalho substituída a qualquer momento. As nossas vidas para as nossas famílias é que não são substituídas assim: o meu irmão morreu", lamenta a professora.

"Tragédia anunciada"

Em São Paulo, o professor José Geraldo Corrêa Júnior, da Escola Estadual Samuel Wainer, não perdeu familiares, mas, sim, dezenas de colegas após a volta presencial nas escolas. 

"Nós havíamos avisado ao estado que essa tragédia era anunciada. Não houve uma surpresa por parte da Seduc [Secretaria de Educação do Estado de São Paulo] e do secretário de educação, o professor Rossieli [Soares], porque nós sempre dissemos: 'Não há condições para que a escola pública reabra para ensino presencial. Não há condições de protocolo. As escolas não estão adequadas para esse momento catastrófico''', afirma Geraldinho, como é conhecido, que também é diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

No site do sindicato, é possível encontrar um quadro diário atualizado sobre as mortes e contaminações pela covid-19 após o regresso da aulas em São Paulo. Desde a retomada das aulas, em 26 de janeiro, mais de 2,3 mil pessoas foram infectadas e 51 morreram, sendo 32 professores. Além disso, das 5,1 mil escolas do estado, 1.060 têm casos positivos confirmados.

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Fonte: Caroline Oliveira e Pedro Stropasolas/Brasil de Fato

Foto: Elineudo Meira/Fotos Públicas

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