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domingo, 28 de fevereiro de 2021

APESAR DE HOMENS MORREREM MAIS PELA COVID-19, BRASILEIRAS SÃO AS MAIS IMPACTADAS NO DIA A DIA DA PANDEMIA

Pesquisas mostram que o coronavírus expôs, como nunca, a falácia da igualdade de gêneros e vem colocando uma geração no limite

Embora os homens morram mais de Covid-19, são as mulheres as mais impactadas pela pandemia no dia a dia. Não se trata só da sobrecarga nas tarefas domésticas, das aulas online, do acúmulo de trabalho ou, na outra ponta, do desemprego. Essa é também uma crise da saúde mental, segundo pesquisa da agência humanitária Care International. O coronavírus expôs, como nunca, a falácia da igualdade de gêneros e vem colocando uma geração no limite.

As mulheres, em especial as mães, passaram o último ano se equilibrando entre tarefas. Como o espaço de trabalho invadiu a casa, o tempo gasto com atividades profissionais se misturou à dedicação aos filhos, à organização do lar, à limpeza e aos cuidados com os outros.

Não faltam estatísticas mundiais para tratar da problemática. No Brasil, pesquisa do Gênero e Número e Sempreviva Organização Feminista mostrou a gravidade do tema. Segundo levantamento feito com 2.641 entrevistadas, 50% das mulheres brasileiras passaram a cuidar de alguém na pandemia. Do total, 41% afirmaram trabalhar mais na quarentena. O isolamento social colocou em risco o sustento dos lares de 40% delas.

— A pandemia deixou evidente essa crise do cuidado, algo pouco falado, mas que mostra que tem uma dimensão da vida que não é regida por mercado e relação de trabalho. Historicamente, os cuidados são responsabilidade da mulher. É uma complicação que não é discutida nem na esfera pública, nem na privada — diz Maria Martha Bruno, diretora de conteúdo do Gênero e Número.

Para Joanna Burigo, mestre em gênero, mídia e cultura pela London School of Economics (LSE), a chegada dessa crise global humanitária acelerou as discrepâncias entre gêneros.

— A pandemia expôs uma problemática que requer medidas de urgência e organização institucional. Nesse sentido, ela acentua diferenças que já existiam na sociedade, mas que estávamos acostumados a naturalizar — afirma Burigo.

Fonte: Tribuna da Justiça

Foto: O Autor 

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