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domingo, 26 de janeiro de 2020

A ERA DO "DESPEITO"

Na onda de aceitação da beleza diversa, mulheres abandonam as próteses de silicone e voltam aos seios naturais.

Aos 24 anos, a produtora Mayra Paris Barata de Oliveira, que hoje vive em Ubatuba, estava prestes a se casar quando cogitou colocar próteses de silicone nos seios, que considerava pequenos. O namorado a apoiou; a irmã — que já tinha silicone — a estimulou. Decidida, Oliveira acabou recebendo próteses de tamanho maior do que gostaria (300 mililitros em cada seio), o que a desagradou. Contudo, permaneceu com o silicone por oito anos, quando optou por, definitivamente, submeter-se a um novo procedimento para voltar ao tamanho que tinha antes. Foi a vários médicos a fim de coletar opiniões e, contou, nenhum deles estava familiarizado com pedidos de remoção de prótese. Acabou retornando ao profissional com quem havia feito a cirurgia oito anos antes e concluindo a remoção, o que, para ela, foi “um alívio enorme”. A busca pela estética natural, que motivou Oliveira, tem atraído cada vez mais mulheres e transformado o mercado de cirurgia para implantes de silicone. Hoje, muitas querem retirar as próteses e manter os seios em tamanho natural, ou trocá-las por quantidades menores da substância. Há ainda um grupo crescente de mulheres que nunca usaram próteses e não têm qualquer interesse em mudar o tamanho dos seios.
Os tempos em que seios como os da atriz Pamela Anderson, da série Baywatch (1989-2001), atraíam os homens e moldavam o imaginário estético das mulheres tiveram seu auge nos anos 1990 e 2000. Hoje — quase 60 anos depois do primeiro implante de silicone, em 1962, no Texas — já se encaminham para o “museu da história dos padrões de beleza”, junto das pinups com seus seios grandes e coxas grossas. O Brasil, segundo país do mundo em número de cirurgias plásticas (perde apenas para os Estados Unidos), chegou a ter a mulher com a maior prótese de silicone do mundo — a modelo Sheyla Hershey, com 3,5 litros em cada mama. “Houve uma mudança na preferência estética. Aqueles implantes mamários maiores foram perdendo espaço. As mulheres procuram um resultado harmônico, mais proporcional, implantes mais naturais”, afirmou o cirurgião plástico Antonio Pitanguy. “Os exageros não são bons e as pessoas percebem isso. A filosofia do professor (Ivo) Pitanguy sempre foi buscar o resultado natural.” Ainda que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2018, as intervenções para o implante de silicone tenham liderado o ranking das cirurgias plásticas no Brasil, o implante mamário vem perdendo espaço ao longo dos anos. Do total de cirurgias, 18,8% tiveram esse fim, à frente da lipoaspiração (16,1%) e da abdominoplastia (15,9%). Em 2014, os implantes correspondiam a 22,5% dos casos cirúrgicos. Esses números não contemplam as cirurgias de reconstrução mamária decorrente do câncer de mama.
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Fonte: Danilo Thomaz/Época
Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo

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