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terça-feira, 19 de março de 2019

O PACTO ENTRE O ESTADO E A POLÍCIA NÃO PODE SER QUEBRADO.

A reforma da Previdência Social encaminhada ao Congresso Nacional, na contramão das sociedades desenvolvidas que tratam os policiais como verdadeiros heróis, mitiga importantes mecanismos de reconhecimento daqueles que atuam na linha de frente da segurança pública e da implementação e sucesso de planos de combate à corrupção, ao crime organizado e às facções criminosas. As alterações também colocam em risco a eficiência das instituições policiais no futuro.
Em um país reconhecidamente violento como o Brasil, o Estado tem que buscar formas criativas para convencer as pessoas a serem e permanecerem policiais em um cenário de guerra. Como atrair para as carreiras os melhores com dados tão alarmantes. Apenas no ano de 2016, 437 policiais foram mortos.
Um policial tem 2,16 vezes mais chances de morrer no exercício de sua função. A profissão tem índices elevadíssimos de suicídio, doenças mentais, comportamentais, normalmente, causadas pelo ambiente estressante e rotineiro enfrentamento do perigo. A escolha de se tornar um policial é quase que um sacerdócio, uma espécie de profissão de fé. Diante dessa terrível realidade, o que leva alguém bem preparado a querer ser policial? Fatores como vocação, remuneração, condições de trabalho, orgulho da instituição e o reconhecimento material do Estado são determinantes para que alguém faça essa escolha, mesmo diante das agruras e desafios. E é exatamente no ponto reconhecimento estatal que entra a aposentadoria policial.
Todo policial federal, por exemplo, faz um compromisso com a sociedade, que, para melhor compreensão, pode ser resumido nos seguintes termos: “Eu aceito proteger o cidadão com a minha própria vida se necessário for. Eu aceito, durante toda a minha carreira, não ter rotina, ser acionado a qualquer horário, inclusive às madrugadas, feriados e dias santos. Eu aceito ser avisado no sábado à tarde de que no domingo pela manhã terei que renunciar ao almoço com meus familiares e me apresentar para ir a algum lugar que não conheço, em qualquer região do país, entrar na casa de estranhos para prendê-los e fazer busca minuciosa em sua propriedade. Eu aceito poder ser enviado para alguma missão permanente ou força tarefa longe da minha casa, dos meus filhos e maridos ou esposas, por meses a fio. Eu aceito ser responsável por decisões e investigações que tornarão muitos meus inimigos, inclusive poderosos. Eu aceito não poder durante todo esse período ter outras atividades profissionais. Eu aceito ter uma vida discreta e ter um círculo de amizades restrito. Eu aceito as sequelas profissionais e andar pelas ruas sempre em alerta, em prontidão, para agir se necessário for em qualquer situação de perigo. Eu aceito sofrer com a estigmatização com que uma sociedade como a brasileira ainda trata a polícia”.
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Fonte: Edvandir Felix Paiva - Fausto Macedo/Estadão

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