O ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, ex-presidente do TST, disse na semana passada o óbvio: que “não é a reforma (das leis trabalhistas) que está gerando insegurança, são os juízes que não querem aplicá-la”.
Ele afirmou ainda que a recusa desses juízes poderia causar um “suicídio institucional” da Justiça do Trabalho e elogiou a queda acentuada de ações trabalhistas que entopem os tribunais, graças à modernização da CLT.
Foi o bastante para que os suspeitos de sempre começassem a bater tambor e declarassem Ives Gandra Filho “persona non grata à magistratura trabalhista brasileira”, por meio de um abaixo-assinado de “juristas” — que inclui advogados, estudante de Direito, comerciário e até uma terapeuta holística.
Em resposta ao abaixo-assinado fajuto contra o ministro, juízes e desembargadores organizaram um manifesto de apoio a Ives Gandra Filho assinado apenas por magistrados.
Leia o abaixo-assinado:
“Os magistrados abaixo-assinados vêm a público manifestar sua discordância quanto às manifestações dirigidas ao E. Ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho por ocasião do XIX CONAMAT, realizado em Belo Horizonte, entre os dias 2 a 5 de maio de 2018.
Referidas manifestações, em que se declara o E. Ministro ‘persona non grata à magistratura trabalhista brasileira’, foram engendradas por grupo que não representa a voz plural do Poder Judiciário Trabalhista.
Não há como se admitir a exposição de qualquer magistrado à execração pública unicamente em razão de suas opiniões democraticamente externadas. Não se trata, aqui, de chancelar ou criticar as convicções do Ministro, mas de impessoalmente defender a legitimidade de sua livre manifestação do pensamento, da mesma forma que a dos magistrados que divergem de seus pontos de vista.
É próprio de todo regime democrático respeitar a livre expressão do pensamento e das ideias e é justamente no convívio saudável com a divergência que se revela o verdadeiro espírito democrático. O ataque pessoal a quem externa sua convicção revela apenas a dificuldade de convivência com o pluralismo de ideias e um inadmissível patrulhamento ideológico, com intuito de impor um modo de enxergar e interpretar a realidade.
LEIA MATÉRIA NA ÍNTEGRA AQUI
Fonte: O Antagonista
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.