Ex-ministro Geddel virou réu por lavagem de dinheiro no caso de seu famoso “bunker” com R$ 51 milhões. Seu irmão, deputado Lúcio Viera Lima (MDB-BA), e sua mãe também vão responder ao processo.
O Ministério Público Federal alegou, em julgamento nesta tarde no STF, que o o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) já amealhou mais de R$ 100 milhões em propina ao longo de sua carreira política.
De acordo com a sub-procuradora-geral da República Cláudia Sampaio, esse é o montante investigado pelo MPF nos diversos processos que correm contra o político, que está preso em Brasília desde setembro do ano passado.
Após a sustentação, Geddel foi transformado em réu e vai responder ao processo perante ao Supremo juntamente com seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), e a mãe dos dois, Marluce.
A acusação foi feita durante sessão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal que acabou por transformar o político, um dos aliados mais próximos do presidente Michel Temer em réu na ação penal sobre os R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador.
Ao defender que a Segunda Turma do Supremo aceitasse denúncia e o transformasse em réu por lavagem de dinheiro e associação criminosa, a procuradora fez questão de detalhar os números superlativos de Geddel.
“Os indícios que se têm no momento são fortes. Tanto que foi encontrado, como fato inédito no Brasil e no mundo, R$ 51milhões em dinheiro vivo, acumulado por anos e anos de atividades ilícitas”, disse.
Considerando os diversos processos a que responde, Geddel já “ultrapassou, em muito, os R$ 100 milhões” em propinas recebidas, concluiu a procuradora.
Nesta tarde, a denúncia contra a família Vieira Lima foi aceita por unanimidade.
Além de transformar o grupo em réu, a Segunda Turma do STF, composta por cinco ministros, também negou um pedido para que ele fosse liberado da prisão.
Para os ministros, caso fosse solto, Geddel poderia seguir cometendo crimes.
Eles destacaram o fato de que Geddel já se encontrava em prisão domiciliar quando foi descoberto o “bunker" com R$ 51 milhões num apartamento em Salvador (BA).
"Os elementos evidenciam a lavagem de dinheiro em expressiva proporção. E isso após Geddel ter tido uma preventiva substituída por recolhimento domiciliar, o que, portanto, não surtiu efeito imediato para estancar a prática delituosa”, disse o ministro Edson Fachin, relator do processo.
DEFESA
Para tentar impedir que Geddel fosse transformado em réu, seu advogado, Gamil Foppel, argumentou que a simples guarda de dinheiro, que sequer admitiu ser o dono, não configuraria o crime de lavagem de dinheiro.
Levantou ainda uma série de questões que, em sua visão, deveriam invalidar a busca e apreensão que levou ao dinheiro do bunker. Uma delas dizia respeito ao fato de a dica sobre o local do esconderijo ter sido dada para a PF através de uma denúncia telefônica anônima.
Sobre isso, a procuradora Sampaio ponderou o seguinte:
"Se descobrir que foi um inimigo politico que fez a denúncia [anônima]? Vai deixar de existir os R$ 51 milhões?”
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