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terça-feira, 19 de julho de 2022

EMBAIXADORES AVALIAM QUE APRESENTAÇÃO DE BOLSONARO SOBRE SISTEMA ELEITORAL NÃO CONVECEU POR FALTA DE PROVAS

Para alguns diplomatas ouvidos pelo GLOBO, democracia pode estar ameaçada.

O discurso do presidente Jair Bolsonaro sobre as brechas que existem no sistema eleitoral brasileiro não convenceu boa parte dos embaixadores que participaram da reunião desta segunda-feira, no Palácio da Alvorada. Segundo diplomatas estrangeiros ouvidos pelo GLOBO, os relatos a serem encaminhados a seus respectivos países é que Bolsonaro não apresentou qualquer prova que justificasse esse posicionamento contrário às urnas eletrônicas.

Alguns disseram estar preocupados com a democracia no Brasil, “uma das maiores do mundo”. Um embaixador comentou que, diante da falta de algo mais concreto, a saída é torcer para que as instituições brasileiras funcionem e que um entendimento entre Bolsonaro e o Poder Judiciário permita que as eleições transcorram sem problemas, para que o resultado final não seja questionado.

De acordo com um diplomata estrangeiro, além de não haver nada além do que já foi propagado por Bolsonaro, como uma suposta invasão hacker às urnas, o presidente brasileiro demonstrou, ao atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que essa briga tem um forte componente político. Causaram constrangimento ataques nominais e diretos contra os ministros Luís Roberto Barroso (ex-presidente do TSE), Edson Fachin (atual presidente do TSE) e Alexandre Morais (ministro do STF que irá presidir a corte durante as eleições).

Outro chefe de representação diplomática disse ao GLOBO que a base de seu relato será que Bolsonaro tentou desacreditar, mais uma vez, o sistema eleitoral brasileiro e voltou a ameaçar a democracia, ao atacar ministros dos tribunais. Segundo esse embaixador, o presidente brasileiro insiste em repetir teorias da conspiração.

Houve, ainda, quem dissesse que o que mais chamou a atenção foram os ataques de Bolsonaro a seu principal adversário na eleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Antes das pesquisas confirmarem o favoritismo de Lula, o chefe do Executivo não questionava o sistema eleitoral como atualmente.

Uma declaração que foi considerada um desestímulo foi quando Bolsonaro criticou aqueles que defendem o imediato reconhecimento do resultado da eleição no Brasil. Nas últimas semanas, alguns embaixadores defendiam essa estratégia, mas o presidente deixou claro que não concorda com esse caminho.

Fonte: Eliane Oliveira/O Globo

Foto: Infoglobo

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