Como entender a trajetória do candidato do PSOL, da lanterninha para a terceira posição, na maior cidade do país.
O descolamento de Guilherme Boulos (PSOL) do pelotão de trás e a aproximação dos líderes Celso Russomanno (Republicanos) e Bruno Covas (PSDB), em São Paulo, tem potencial para se transformar no mais marcante fato político das eleições municipais de 2020 e a novidade mais expressiva das urnas desde a vitória de Jair Bolsonaro em 2018.Ainda é cedo para tirar conclusões, já que o horário eleitoral de TV começa agora, mas o candidato do PSOL à prefeitura paulistana cresceu três pontos em 10 dias, está isolado em terceiro lugar com 12...
Fato é que a base petista, que já conseguiu eleger Luiza Erundina, Marta Suplicy e Fernando Haddad, pode entender que Boulos é o único candidato da esquerda viável em São Paulo, em São Paulo, e despejar, ainda no primeiro turno, seus votos no PSOL, num movimento inédito na capital paulista.
Nunca um partido tão à esquerda governou São Paulo. Tirando os três petistas que administraram a cidade, uma delas Erundina, vice de Boulos na atual chapa, a esquerda viu a direita comandar a capital paulista por muitas vezes, passando pelo PSD de Paulo Maluf, o DEM de Gilberto Kassab, ou até mesmo por partidos de centro-direita, como o PSDB de José Serra
Sim, ainda é cedo, mas a cidade de São Paulo, dizem os cientistas políticos, é o laboratório eleitoral do Brasil miscigenado e migrante. Se Russomanno, que é ruim de chegada, ficar de novo pelo caminho, a capital paulista poderá ver uma disputa entre o PSDB e a esquerda, mas sem o PT. Se Boulos crescer e passar Covas, a cidade pode testemunhar a disputa entre Russomanno, candidato neobolsonarista, contra a extrema-esquerda.
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Fonte: Matheus Leitão/Veja
Foto; Roberto Casimiro/Fotoarena
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