Por suposta agressão, Élida Matos quer que Admar Gonzaga seja proibido de manter contato com ela; ele nega.
A dona de casa Élida Souza Matos pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) medidas protetivas contra o marido dela, o ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Élida, que chegou a se retratar de um boletim de ocorrência registrado por ela na polícia, reafirmou que foi vítima de agressão e solicitou que Admar seja proibido de entrar em contato com ela.
Em 14 de novembro, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou o ministro do TSE por violência doméstica e disse que houve ofensa à integridade física de Élida. Afirmou ainda que Admar exerceu intensa pressão psicológica para que ela mudasse a versão da história.
Por ser integrante de Corte superior, Admar pode ser julgado apenas no STF, onde o processo é tocado pelo ministro Celso de Mello, relator do caso. Ele ainda não tomou decisão sobre as medidas protetivas solicitadas por Élida. Ela também pediu que Admar seja obrigado a manter seu plano de saúde, em razão dos problemas que tem, e a pagar 16 salários mínimos mensais: R$ 14.992.
No boletim de ocorrência feito em junho, ela contou que Admar despejou enxaguante bucal no seu corpo e a empurrou, pondo as mãos no rosto dela. Posteriormente, voltou atrás. Mas, em depoimento prestado ao Ministério Público Federal em 10 de novembro, Élida reafirmou o que disse à polícia. A pena prevista para o crime de violência doméstica é de três meses a três anos. O relato de Élida e da denúncia de Dodge é que a discussão começou após uma suspeita de traição de Admar.
“Em dado momento dessa discussão, Admar passou a agir de forma violenta e raivosa e pretendia, de qualquer forma, expulsar Élida do quarto e também da casa do casal. Ao empurrá-la com muita força e sofrer resistência — pois Élida estava imóvel e recusava-se a sair —, o denunciado, com a parte inferior de sua mão, atingiu o lado direito do rosto de Élida, causando edema e equimose violácea na região orbital direita”, escreveu Dodge, usando termos técnicos para se referir ao olho roxo de Élida.
No documento que pediu as medidas protetivas em 6 de novembro, a defesa de Élida argumentou que ela “se encontra inserida num ciclo de violência doméstica”. Alegou ainda que, na retratação feita, ela não chegou a negar a ocorrência da agressão.
O ministro, que nega ter agredido a mulher, não quis comentar os pedidos dela.
— Não quero me manifestar. Se ela está pedindo medida protetiva, não sei por que motivo. Não fui intimado ainda de nada. Não tenho nada a declarar — afirmou ao GLOBO o ministro Admar Gonzaga.
Fonte: André de Souza/O Globo
Foto: Divulgação TSE
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