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domingo, 30 de abril de 2017

DEPUTADO QUE FOI ALVO DE BOMBA EM PROTESTO DIZ QUE VAI DENUNCIAR VIOLÊNCIA DA PM AO MINISTÉRIO PÚBLICO.

O deputado Flávio Serafini (Psol-RJ), que aparece em vídeo escapando da trajetória de uma bomba atirada em sua direção durante protestos realizados nesta sexta-feira, disse que está reunindo outros casos de violência policial para denunciar ao Ministério Público.
Em entrevista ao EXTRA, Serafini descreveu o que viu durante o ato. De acordo com ele, havia agentes de todos os lados do palco de onde discursava, como num cerco, mesmo que apenas um grupo de policiais (à direita do vídeo) tenha atuado na dispersão.
- Eu via as pessoas correndo e as bombas se aproximando, havia uma linha de que avançava na direção delas. Por isso comecei a pedir para parar, porque não tinha sentido as bombas virem em nossa direção, era um ato pacífico. Eu olhava para tentar entender o motivo de jogarem as bombas e não conseguia identificar - contou.
veja vídeo AQUI
O deputado disse ainda que o artefato não chegou a tocá-lo, mas que muitas pessoas que tentavam sair durante a dispersão acabaram atingidas por balas de borracha.
- Entendemos que houve impedimento da manifestação política, um ataque ao estado democrático. Não estávamos impedindo passagem ou bloqueando o trânsito. Não havia qualquer motivo para isso - afirma o deputado, que fala em reação desproporcional: - A própria polícia gerou caos - completou.
O EXTRA entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Militar antes da publicação desta matéria, mas não obteve resposta. Anteriormente neste sábado, quando procurado sobre outros relatos de violência publicados em redes sociais, o órgão enviou nota oficial em que garante ter agido em "distúrbios", "reagindo à ação de vândalos". Veja texto na íntegra:
Desde o início da manhã desta sexta-feira (28/04), a Polícia Militar está realizando um patrulhamento intensivo por todo o estado do Rio de Janeiro, trabalhando para garantir que as manifestações reivindicatórias fossem realizadas em segurança e não impedissem o ir e vir da população.
No centro do Rio, policiais do 5ºBPM (Harmonia), do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos (BPGE), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) e o Grupamento Tático de Motociclistas (GTM) do BPChq, estão desde a manhã com as equipes na ALERJ e na Cinelândia.
A Corporação agiu em vários distúrbios, reagindo à ação de vândalos que, infiltrados entre os legítimos manifestantes, promoveram atos de violência e baderna pelo centro da cidade. Até o momento, há notícias de saques e depredação de lojas, estações do Metrô e do VLT, ônibus e carros apedrejados e incendiados. A Polícia Militar continua nas ruas, buscando neutralizar a ação de vândalos que se passam falsamente como manifestantes.
Em nota oficial, a OAB-RJ classificou como violenta a ação da Polícia Militar, e disse "nada justifica a investida, com bombas e cassetetes, contra uma multidão que protestava de modo pacífico. Se houve excessos por parte de alguns ativistas, a Polícia deveria tratar de contê-los na forma da lei". O Ministério Público do Rio, por sua vez, disse que vai apurar excessos na conduta de policiais, assim como na de pessoas que depredaram bens públicos.

Abaixo, confira nota dos dois órgãos na íntegra:
OAB-RJ
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro, vem a público repudiar veementemente a violenta ação da Polícia Militar contra milhares de manifestantes que participavam de ato no fim da tarde desta sexta, dia 28, na Cinelândia. Nada justifica a investida, com bombas e cassetetes, contra uma multidão que protestava de modo pacífico. Se houve excessos por parte de alguns ativistas, a Polícia deveria tratar de contê-los na forma da lei. Mas o ataque com métodos de tocaia e a posterior perseguição por vários bairros a pessoas que tão-só exerciam seu direito à manifestação representa grave atentado à Constituição e ao Estado democrático de Direito. O Brasil passou mais de duas décadas sob o jugo do autoritarismo. Não podemos admitir qualquer ensaio de retorno a aqueles tempos sombrios. É o alerta que a OAB/RJ, em seu papel institucional, faz nesse preocupante momento de nossa história. Democracia, sempre.
MP-RJ
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Assessoria de Direitos Humanos, do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ) e dos Centros de Apoio às Promotorias de Justiça Criminais e de Cidadania, repudia os atos violentos observados na manifestação desta sexta-feira (28/04).
Cabe ao MPRJ cumprir o papel constitucional de defensor dos direitos e das garantias fundamentais da sociedade, além de exercer o controle externo da atividade policial.
Desta forma, serão apurados os episódios de violência, tanto em relação aos excessos praticados pelos agentes públicos que devem garantir o direito legítimo de manifestação, quanto daqueles que depredaram e incendiaram bens públicos e de uso comum.

Fonte: Carla Nascimento/Extra

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