A audiência pública teve foco no debate sobre os impactos dos parques eólicos nas vidas das pessoas que residem ou residiram nas comunidades litorâneas onde foram instalados os aerogeradores. Além dessas áreas, principalmente no litoral norte potiguar, também foram relatados problemas na região da Serra de Santana.
A pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Moema Hofstaeter participou de grupo que elaborou um documento relatando detalhes sobre os problemas trazidos pelos parques à população e também ao meio ambiente. A forma como as negociações para uso da área ocorrem, os conflitos de interesses econômicos entre os próprios populares, denúncias sobre inviabilização de áreas para plantações, barulho, mudança nas paisagens e até relacionamentos amorosos esporádicos (com filhos indesejados ou transmissão de doenças) foram alguns dos pontos relatados pela pesquisadora. Para ela, apesar da lucratividade que a atividade tem, a riqueza, segundo ela, não estaria chegando à população.
“Ao contrário do que se fala, as eólicas não aparecem como atores na redução da pobreza, pois salários baixos para os profissionais locais contratados e esses empregos são sazonais, com algumas exceções”, pontuou, relatando ainda sugestões do documento para que os gestores públicos amenizem os problemas relatados pela população. “Propomos definir um planejamento de planejamento espacial, discutir os papéis de cada um dos entes, buscar formas de garantir a segurança legal da posse da terra pela comunidade para evitar o esvaziamento do campo, além de intermediar os processos entre empresas e comunidades, normatizar a implementação da energia e realizar estudos de ordem para planejamento ambiental”.
Fonte: Tribuna da Justiça
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