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RN POLITICA EM DIA 2012 ENTREVISTA:

domingo, 5 de junho de 2011

CONFLITO DO GOVERNO COM SERVIDORES FOI POR INCOMPETÊNCIA, DIZ FÁTIMA BEZERRA.

A deputada federal Fátima Bezerra admite que as articulações para 2012 já começaram. Ponto de consenso no PT é a candidatura própria, que virá com o nome do deputado estadual Fernando Mineiro. Embora defenda a composição dos partidos que apóiam o Governo Federal, Fátima Bezerra, principal líder do PT no Rio Grande do Norte, dá mostras de que o partido não irá ceder o lugar na chapa majoritária. Se 2012 já está em "andamento" para os petistas, 2014, embora distante, salta aos olhos da deputada federal Fátima Bezerra.
Candidata ao Senado? Ela afirma que está "muito ocupada" com os trabalhos da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. No entanto, com minha insistência, ela termina admitindo que não descarta o projeto do Senado Federal em 2014, mas ressalta: "Sou uma pessoa de partido".
Fátima Bezerra demonstra que no próximo ano pretende buscar aliança com o PSB da ex-governadora Wilma de Faria, o PDT do ex-prefeito Carlos Eduardo e o PC do B presidido por Antenor Roberto. O problema é que tanto Wilma de Faria quanto Carlos Eduardo são pré-candidatos a prefeito de Natal. "A meu juízo o campo das forças políticas que são responsáveis e sócias do caos que se instalou dentro de Natal, já tem palanque.
O DEM e PSDB estão nisso, eles estarão juntos. E nós vamos fazer uma candidatura de oposição pra valer tanto a Micarla quanto ao DEM e PSDB", avalia a deputada federal. Sobre reforma política, campanha de 2012 e o foco de 2014, Fátima Bezerra concedeu a seguinte entrevista a TRIBUNA DO NORTE.


O Congresso Nacional discute o projeto de Reforma Política. O PT já tem um projeto para apresentar?
Tem. Claro que nós trabalhamos não com a ideia da reforma ideal, porque a correlação de força político no âmbito nacional é complicada. Mas trabalhamos com a ideia, no mínimo, da reforma possível. E dentro da reforma possível o PT fechou questão no que se refere ao financiamento público exclusivo de campanha. Para nós do PT qualquer mudança que venha a ser feita no sistema eleitoral que não modifique o sistema de hoje é uma reforma para inglês ver, é uma reforma de mentirinha. Defendemos o financiamento público exclusivo. Verdade que o financiamento público já existe hoje, ou seja, através do fundo partidário. Queremos financiamento público exclusivo ao lado de mecanismos rigorosos de controle social e fiscalização. O PT também defende a questão da lista (fechada no voto proporcional). Para evoluir no entendimento teríamos que flexibilizar, ou seja, não a lista fechada, mas a lista aberta, digamos mista. O projeto do PT seria com o voto proporcional em lista, só que ao invés de ser fechada, seria mista. O eleitor votaria duas vezes, primeiro na lista que o partido organizou e o segundo voto dá a ele a prerrogativa de alterar a lista feita pelo partido. A questão de fidelidade partidária também é outra defesa nossa. Tem também o caso da fidelidade partidária. A adoção da federação partidária permitirá não criar dificuldade para partidos menores. Outra proposta é calendário das eleições, que se dariam no mesmo ano, mas em datas separadas. Em julho, por exemplo, seria de vereador e prefeito e em novembro de governadores e senadores.

Mas deputada, a Reforma Política será feita mesmo?
Não só pelo PT, há movimentos em todos os partidos. A verdade é que não é tarefa simples, são 513 parlamentares lá dentro cada um tem na sua cabeça o que defende. O que dificulta o debate da reforma política é que, algumas pessoas quererem defender a reforma política a luz do ponto de vista eleitoral, das próximas eleições. Em que pese o presidente Lula ter se envolvido nesse debate, conversando com partidos de esquerda e centro-esquerda, vou lhe dizer uma coisa: torço muito para que isso aconteça, mas só confio que sairá uma mudança no sistema eleitoral daquela Casa (a Câmara) se houver uma pressão de fora para dentro. O adequado seria uma mobilização social e política como houve no Movimento Ficha Limpa. Mas está em tempo e vamos trabalhar nessa direção. É importante não perder de vista que seja uma reforma política que venha fortalecer os partidos, fortalecer a a democracia. Precisamos ficar atentos para que as mudanças sejam avanços. Aqui eu deixo claro o atraso que considero com o voto "Distritão", acho isso um absurdo. O Distritão enfraquece o papel dos partidos políticos, favorece a desigualdade na política eleitoral. Não sou favorável ao voto Distrital, porque paroquializa muito a questão do papel e da ação. Faço a defesa da lista e digo que quando a gente defende a lista mista não fica refém do fenômeno existente dentro dos partidos, que é a oligarquização partidária.

2012 se aproxima. O PT confirma o nome de Fernando Mineiro para disputar a Prefeitura de Natal?
2012 já começou. O diretório municipal do PT deliberou que o PT terá candidatura própria. O deputado Fernando Mineiro disponibilizou seu nome, é um excelente nome, estudioso. Foi um dos melhores vereadores que tivemos em Natal. Ele disponibilizou o nome dele e o PT estará muito bem representado.

O PT poderá abrir mão da chapa para se compor com o PSB, de Wilma de Faria?
Veja bem, a decisão do PT é ter candidatura própria e o nome do deputado Mineiro está muito bem colocado. Evidente que eu, particularmente, e outras pessoas, têm chamado atenção que é preciso não perder o diálogo com o campo das forças políticas aliadas. E nesse campo ressalto não só o PSB de Wilma de Faria, há o PDT liderado pelo ex-prefeito Carlos Eduardo. Ambos são nomes postos no tabuleiro da sucessão. Tem também o PC do B liderado por Antenor Roberto e George Câmara. Temos o PR do deputado João Maia. Ele (João Maia) já disse que candidatura de Micarla ou apoiada por Micarla não vota de jeito nenhum. E o PMDB? Vem de candidatura própria? A meu juízo o campo das forças políticas que são responsáveis e sócias do caos que se instalou dentro de Natal já tem palanque. O DEM e PSDB estão nisso, eles estarão juntos. E nós vamos fazer uma candidatura de oposição pra valer tanto a Micarla quanto ao DEM e PSDB.

O PT pode abrir mão da candidatura própria?
Aí eu lhe devolvo a pergunta: o PSB e PDT abririam mão de candidatura própria para a candidatura do PT? Acho que nesse momento, o mais adequado é os partidos se organizarem, fazer o debate com a cidade, de cunho programático, preparar os seus quadros. Temos também a disputa para Câmara Municipal. Nesse momento há profusão de candidaturas. Acho que isso fortalece o bloco de força política que o ano que vem tem que ter juízo e maturidade política para não deixar a Prefeitura de Natal nas mãos de Micarla, do DEM ou do PSDB. DEM e PSDB são igualmente responsáveis pelo que ocorre em Natal. E nós vamos fazer esse debate com a população. É bom que os partidos tenham candidaturas próprias. Ano que vem o bloco de força política pode sentar e do ponto de vista da tática eleitoral, a gente pode sentar e tomar uma definição. É melhor várias candidaturas no primeiro turno ou seria mais adequado tentar fazer composição no primeiro turno? Agora evidente que dentro do PT tem sentimento forte na tese da candidatura própria. Mas eu acho que ano que vem PSB, PDT e PT, e os demais partidos, irão sentar.

Recentemente a senhora foi alvo de uma discussão pública com o deputado federal Rogério Marinho (que a acusou de estar se promovendo na Comissão de Educação). O que restou do episódio?
O partido dele anda meio perdido em termo de projeto para nação. O que ele fez foi factóide, ele está querendo aparecer. Foi bobagem dele. A minha decisão foi de cunho regimental.

Como o PT vai se estruturar para 2012. O PT nacional cresce, mas no Rio Grande do Norte o partido continua pequeno?
É verdade. Não é fácil para gente crescer em um Estado que tem um dos graus de oligarquização da política mais forte. Temos três ou quatro famílias que controlam o Estado há décadas. A última eleição fortaleceu mais ainda o perfil oligárquico do Rio Grande do Norte. Quem é a governadora do Estado? É a nora de Dix-Sept Rosado que foi governador há 20 anos. Não é fácil crescer em um Estado como esse. Agora quero aqui colocar que nosso desafio é sintonizar cada vez mais os projetos nacionais com os do Rio Grande do Norte. Estão aí o PAC, Aeroporto, investimentos na educação. Temos que sintonizar o debate programático. O PT tem dificuldade de atrair novos filiados.

O Governo Rosalba chega aos seis meses. Como a senhora avalia?
Nada de novo. O Governo enveredou por um caminho que não era o esperado diante da enorme expectativa que permeou a vitória da senadora Rosalba. Ficou em uma postura de muita imobilidade, paralisia e aquela coisa de responsabilização de um governo anterior. Esse tipo de discurso tem data e hora para acontecer, chega um momento que não dá mais. O impacto com o funcionalismo se deveu à incompetência do Governo. Felizmente o Governo começa a sentar com os servidores.

A senhora pretende disputar o Senado em 2014?
Nesse momento estou super envolvida com a pauta na Comissão de Educação (presidida por Fátima Bezerra). No ano em que eu assumo a presidência de uma das comissão temáticas mais importantes da Casa, tem muitas discussões, inclusive o Plano Nacional de Educação. "2014" só Deus e o povo que sabem.

Mas, eu insisto, a senhora se sente atraída para disputar uma vaga no Senado?
Sou uma mulher de partido. O PT quer crescer. "2014" o PT vai querer fazer o maior número de governadores, deputados federais e senadores. Desautorizo qualquer pessoa a dizer que serei candidata. Neste momento estou concentrada no meu trabalho, agora não descarto (a candidatura ao Senado).

Fonte: Anna Ruth Dantas

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