Não há risco zero contra uma doença recém-surgida, mas é consenso que as crianças são transmissoras em potencial de patógeno.
Entre deixar as crianças com os avós em casa ou mandá-las para a escola, a primeira opção é a mais eficiente para conter o vírus e proteger justamente os mais idosos, avaliam especialistas. Não há risco zero contra uma doença recém-surgida. Mas é consenso que as crianças são transmissoras em potencial de vírus e deixá-las juntas no ambiente escolar é pior do que mandá-las para casa, mesmo que isso signifique ficar sob os cuidados de parentes idosos, explica o especialista em saúde coletiva e pediatra, o professor titular da Universidade Federal do Rio Janeiro Roberto Medronho.
O fechamento de escolas é uma medida amarga mas necessária. Criança alguma tem higiene, vamos reconhecer. Elas espirram e tossem sem cuidado, ficam com o nariz escorrendo. São extremamente sociáveis, se abraçam, têm contato a toda a hora. Se misturam na hora do recreio e interagem nas salas de aula. Para a transmissão da infecção, isso é um perigo. As escolas tinham que ser fechadas. Essa é a decisão acertada — afirma ele.
Até agora, as crianças têm sido poupadas pela Covid-19, mas não se sabe se isso se manterá. Há pouquíssimos casos no mundo e praticamente nenhuma morte de crianças e adolescentes. Mas estudos na China já mostraram que eles são infectados tanto quanto os adultos. Porém, é raro que apresentem sintomas. Um estudo publicado ontem por cientistas chineses na “Nature Medicine” revelou que os sintomas mais comuns são coriza, tosse e febre baixa. Essas condições os tornam uma fonte de contágio ainda mais perigosa porque é invisível.
O fechamento das escolas traz para a sociedade brasileira o desafio de se mostrar solidária no combate da pandemia. Será um transtorno para muitas famílias. É o momento de os pais se ajudarem e cuidarem dos filhos uns dos outros, sugere Medronho.
Fonte: Ana Lucia Azevedo
Foto: Ana Branco/Agência O GloboFonte: Ana Lucia Azevedo
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COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.