No dia em que os partidos do chamado Centrão passaram a pender por um apoio à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) usou um evento com sindicalistas em Brasília para mandar um recado ao bloco, com quem vinha negociando e que deu sinais de insatisfação com alguns de seus pronunciamentos sobre temas como reforma trabalhista e privatizações.
"Quem quiser me ajudar, seja bem-vindo. Mas saibam, quem quer que me ouça lá fora, que este governo que eu liderar servirá aos mais pobres e aos trabalhadores", afirmou o pré-candidato a uma plateia composta por membros de seis centrais sindicais no Congresso Sindical do PDT.
Ciro foi alvo de críticas de políticos do Centrão por suas falas contra a reforma trabalhista, pela suspensão do acordo Boeing-Embraer e a expropriação de campos de petróleo privatizados.
Em sua fala desta quinta-feira, de cerca de dez minutos, Ciro prometeu novamente que, "cada reserva, campo de petróleo, que foi entregue às multinacionais será retomada, com as devidas indenizações". "Não duvidem que a expressão prepotente, clandestina, que já convulcionou o Oriente Médio, não duvidem que isso vem também para cima de nós. Estou cansado de saber o que nos espera, mas Deus me poupou do sentimento do medo."
Ciro afirmou não poder "alimentar a ilusão de que vou atravessar esse campo minado sozinho". "Eu não tenho esse poder. E preciso sinalizar a todas as brasileiras e brasileiros de boa-fé que eu não sou o dono da verdade, não sou poupado de erros, eu cometo erros e não me custa nada reconhecer isso", afirmou. "Nenhum deles, entretanto, foi por deserção ao compromisso que me trouxe à vida pública, que é de amor, de paixão e de devoção ao povo brasileiro."
Fonte: Fábio Murakawa e Raphael Di Cunto/Valor Econômico
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